Em final cardíaca, Argentina vence França nos pênaltis e conquista tricampeonato da Copa do Mundo
Por Nathália Almeida
O título que faltava já não falta mais no currículo de um dos maiores de todos os tempos. 16 anos depois de sua estreia em Copas do Mundo e oito anos após amargar o doloroso vice-campeonato no Maracanã, Lionel Messi, enfim, adentrou o rol de campeões do mundo. A conquista, celebrada neste domingo (18) no Lusail Stadium, veio de forma dramática: vitória nas penalidades sobre a França, após empate alucinante por 3 a 3 em 120 minutos de bola rolando.
Herói na decisão da Copa América de 2021 - conquistada com vitória sobre o Brasil na casa verde e amarela -, Ángel Di María novamente teve grande performance em uma final pela Argentina: sofreu o pênalti convertido por Messi, que inaugurou o marcador no Lusail; e marcou o segundo gol argentino, ainda na primeira etapa, após receber bela assistência de Alexis Mac Allister. Mais uma grande história na carreira do incansável camisa 11, que chegou a ter sua presença no Catar em dúvida por conta de uma série de lesões musculares sofridas no decorrer da temporada pela Juventus.
Após um primeiro tempo "de almanaque", a Argentina voltou do intervalo com uma postura um pouco mais conservadora, optando por um jogo mais reativo. A França, com desvantagem de 2 a 0 no marcador, foi pra cima com tudo e conseguiu uma reação tardia um tanto quanto improvável: com dois do craque Kylian Mbappé, aos 35' e aos 36' da etapa final, os Bleus igualaram o placar e mandaram a decisão da Copa do Mundo para a prorrogação.
No tempo extra, os ataques voltaram a prevalecer sobre as defesas, e com as duas equipes cansadas, os espaços foram surgindo para que os grandes jogadores da Copa, Messi e Mbappé, seguissem brilhando. Leo anotou o 3 a 2 em um gol chorado - cantado pela tecnologia de linha do gol -, mas ainda não era o fim para a França: uma penalidade boba cometida por Montiel, por mão na bola, deu aos europeus a chance de empatar. E Mbappé, letal, definiu o 3 a 3.
Nas penalidades, enredo que a Argentina já havia vivido nas quartas de final contra a Holanda, Dibu Martínez voltou a ser protagonista: defendeu cobrança de Coman, colocando a Albiceleste em vantagem. Messi, Dybala, Paredes e Montial converteram suas batidas, definindo o 4 a 2 para os sul-americanos e levando ao delírio a massa presente no Lusail.
O título conquistado por Lionel Messi e companhia no Catar colocou ponto final em uma espera que já durava 36 anos: o último título mundial da Argentina datava de 1986, edição marcada por La Mano de Diós e por exibições catárticas de Diego Armando Maradona.