Emerson Palmieri analisa reta final da temporada do West Ham e cita Marcelo como maior inspiração: "Modelo"

Do litoral de São Paulo para o mundo! Revelado pelo Santos e com passagens por três das cinco principais ligas da Europa, o lateral-esquerdo Emerson Palmieri, jogador do West Ham e da Itália, concedeu entrevista exclusiva ao 90min Brasil, via Betway, site de esportes bets. No bate-papo, o camisa 33 falou sobre suas inspirações e destacou os aprendizados durante suas aventuras pela Serie A Italiana, pela Ligue 1 e pela Premier League.

O ítalo-brasileiro de 28 anos comentou ainda sobre a experiência de conquistar a Eurocopa 2020 com a seleção da Itália e contou quais são os objetivos dos Hammers para a reta final da atual temporada (2022/23). Veja tudo a seguir.

Inspirações: o início no Santos e Marcelo como maior referência

No início da carreira, no Santos, Emerson conviveu com diversos jogadores que marcaram época na Vila Belmiro. Aliás, um dos expoentes daquela equipe era o lateral Léo, ídolo e multicampeão com o uniforme do Peixe. Palmieri lembrou tanto dele quanto de Alex Sandro, seu companheiro de time por um curto período no início da década passada.

O brasileiro naturalizado italiano destacou que sempre gostou de acompanhar Léo e que buscou “pegar um pouco de cada” companheiro, colocando Alex Sandro na conta.

“Foram laterais que eu tentei pegar um pouco de cada um quando subi no Santos. Eu aprendi muito com o Léo. Sempre foi um jogador de muita personalidade, um jogador que sempre defendeu muito bem, com muita vitalidade para defender e também quando ia ao ataque fazia a diferença com passes, assistências, cruzamentos ou até gols. Então foi um bom exemplo para mim”, declarou, cravando: “Tive essa sorte”.

Sua maior inspiração, porém, nunca vestiu a mesma camisa que Emerson: Marcelo, lenda do Real Madrid recém-repatriada pelo Fluminense. “[O jogador] que mais me inspirou a jogar e a querer realmente ser um lateral de alto nível foi o Marcelo. Foi o jogador que eu sempre vi como modelo, sabe? E falei 'pô, esse é um cara que é diferente, realmente'.  Acho que não preciso nem falar muito, né?”, concluiu.

"O Marcelo foi o jogador que eu sempre vi como modelo."

- falou Emerson Palmieri, ao 90min Brasil

Experiência na Europa: 'A Premier League é a liga mais difícil'

Aos 28 anos, Emerson Palmieri conhece três das cinco principais ligas da Europa: a Serie A Italiana (Itália), a Ligue 1 (França) e a Premier League (Inglaterra). Para o lateral, o Campeonato Inglês é o mais difícil.

"É um nível muito alto de intensidade e técnica, em todos os jogos, contra qualquer time. É sempre um jogo muito disputado, não tem jogo fácil. Você vê muita intensidade junto com a técnica. Então por isso que, para mim, a Premier League é o campeonato mais difícil”, defendeu.

O defensor do West Ham ainda revelou que tomou um choque em sua chegada à Itália, onde ‘é melhor tirar uma bola do que dar um drible’. Em 2014, o lateral foi emprestado ao Palermo, onde jogou uma temporada antes de ser transferido para a Roma, clube onde passou mais três anos.

“Na época que eu estava no Santos, tinha muito o ‘mano a mano’, um contra um. O lateral ficava muitas vezes exposto no um contra um. Aí eu chego na Itália e é totalmente o oposto. Na Itália você treina e aprende que o lateral não pode ficar no um contra um, é praticamente uma lei. O lateral sempre tem que ter uma cobertura. No Brasil a gente prioriza muito o ofensivo, ir para cima, fazer gol, driblar e tal, e aí na Itália isso já me dá um choque”, disse.

Por fim, Palmieri disse ter se surpreendido positivamente com o nível da Ligue 1, onde jogou pelo Lyon. Antes de ir a campo na França, Emerson pensava ser possível ter mais liberdade e desfrutar mais do jogo nas partidas do torneio. “Eu chego e me deparo com um campeonato muito intenso, muito físico. O nível técnico da Premier League é muito alto, mas o nível da intensidade do Campeonato Francês com o Inglês se equivalem, porque lá também é um jogo muito físico, muitos jogadores rápidos”.

Euro 2020 e a maior conquista da carreira

Cria do Santos, Emerson se acostumou a vencer ainda muito jovem: conquistou dois Campeonatos Paulistas (2011 e 2012). Anos depois, entre 2017 e 2021, colecionou títulos com o Chelsea: quatro taças, incluindo Europa League e Champions League. Sua maior conquista, porém, foi com o uniforme da seleção italiana: a Eurocopa 2020. O lateral relembrou o torneio e a missão de substituir Leonardo Spinazzola na Azurra.

“A gente sempre teve uma disputa muito saudável até a Eurocopa. Na Euro ele começou de titular e foi muito bem. Infelizmente, acabou se lesionando, mas a verdade é que o jogador tem que estar sempre pronto. Tem que estar preparado para cinco minutos ou para noventa, e aí eu entrei contra a Bélgica nas quartas de final, depois na semifinal contra a Espanha e na final contra a Inglaterra”, falou, acrescentando:

“Particularmente, foi a maior conquista, né? Por como foi, por talvez não ser favorito, e ainda mais chegar na final... jogando no estádio da Inglaterra, aqui em Londres, contra a Inglaterra, então o cenário era todo ao contrário, desde o começo. A gente conseguiu fazer, conseguimos esse título que foi, com certeza, até hoje, o maior da minha carreira”, contou.

"Foi a maior conquista [da minha carreira], por ser um torneio de seleção, uma Eurocopa. Nunca imaginei poder jogar um campeonato desse tamanho, do jeito que foi. Ninguém colocava a Itália como favorita, e a gente também era humilde para reconhecer isso."

- Emerson Palmieri, lateral

Os objetivos do West Ham e o sonho de conquistar a Conference League

Reforço do West Ham para a temporada 2022/23, Palmieri falou sobre os objetivos do clube para a reta final do torneio e lamentou a situação do time na Premier League. No momento, os Hammers estão lutando na parte de baixo da tabela do Campeonato Inglês, com 30 pontos em 29 jogos.

“Todo jogo para a gente virou decisão. A gente deixou muito para depois na Premier League e agora temos que correr atrás do que perdemos. A gente tem que se unir, dar a mão... Os jogadores com a torcida estarem todos juntos nesse barco. A gente sabe que a Premier League é um campeonato muito difícil”.

O camisa 33 ainda destacou que o pensamento da equipe precisa estar somente em 'ganhar, ganhar e ganhar'. Apesar da turbulência na liga nacional, o West Ham está nas quartas de final da Conference League -- e a meta é vencer o troféu continental. O jogo de ida das quartas, contra o Gent, da Bélgica, está marcado para o dia 13 de abril.

"Na Conference League é o oposto. A gente está indo muito bem, com grande possibilidade [de título]. Claro que ainda tem as próximas fases pela frente, mas nosso time é muito bom, então a gente vai fazer de tudo para dar essa beliscada nesse título”, encerrou.