Erros e acertos do Brasil na fase de grupos do futebol feminino nas Olimpíadas de Paris

  • Brasil avança de fase como melhor terceiro colocado da fase de grupos
  • Seleção Brasileira possui mais erros que acertos
Tarciane é um dos poucos acertos da seleção
Tarciane é um dos poucos acertos da seleção / Juan Manuel Serrano Arce/GettyImages
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A Seleção Feminina Brasileira de Futebol está nas quartas de final das Olimpíadas 2024. Foi por sorte que a camisa canarinho conseguiu avançar, ainda mais pelos os dois últimos resultados da fase de grupos. Caímos em grupo difícil? Sim, mas dava para ter evitado todo esse sofrimento ou parte dele.

Mesmo com placar magro, de 1 a 0, o Brasil estreou com o pé direito contra a Nigéria, que é uma das melhores seleções africanas do momento, evoluiu e foi muito bem na última Copa do Mundo. Dava para ter marcado mais gols, mas a falta de eficiência ofensiva ainda nos assombra até os dias de hoje. No entanto, outro erro que nos persegue é a mentalidade

Tarciane, Lucia Garcia
Tarciane é um dos poucos pontos positivos da Seleção Brasileira na fase de grupos / Juan Manuel Serrano Arce/GettyImages

A Seleção Brasileira estava ganhando por 1 a 0, faltava pouco para o jogo acabar, mas levamos uma virada, de 2 a 1, para o Japão. Foram dois gols em cinco minutos, nos acréscimos. Faltou ter cabeça para segurar o resultado, Yasmim, que vem entrando muito bem, estava sozinha com três jogadoras na marcação, acabou cometendo a penalidade pouco depois. O que complica é uma jogadora experiente, como a Rafaelle, ter mais de uma opção de passe e escolher a pior das opções, culminando para a fatídica e amargurada virada. 

Faltou ter cabeça no lugar para, pelo menos, ter segurado um pontinho. Ainda mais que o próximo jogo seria com a Espanha, atual campeã mundial. Nessas horas vemos a diferença do que a falta da força mental pode fazer. Um erro da própria CBF, que não conseguiu ajustar em suas seleções. Arthur Elias estava estudando as espanholas desde o primeiro jogo, e mesmo assim, errou na montagem do time. Outro erro do treinador foi não corrigir os espaços, ainda mais para uma equipe que gosta de controlar os jogos.

Desde a partida contra a Nigéria, o Brasil dava espaços e não tinha jogadora se aproximando da jogada. Algo que pecou foi não ter chamado uma jogadora para ajudar nos embates no meio-campo. Sofremos e como sofremos, perdemos duas jogadoras importantes. Marta foi expulsa, por ter errado o tempo de bola, mas também pelo fato do próprio treinador não ter pensado que esse jogo não seria para ela. Mas também, o que fazer se não levou outra volante? Muitos falam que a dona da camisa 10 da canarinho poderia ter fechado o ciclo. Mas a autora do artigo discorda, basta lembrar que foi graças às suas jogadas que consumimos dois gols no torneio olímpico.

Lorena Silva
Goleira Lorena é o grande ponto forte da Seleção Brasileira / Eurasia Sport Images/GettyImages

Sim, temos muitos mais erros que acertos. Conseguimos a classificação graças a vitória dos Estados Unidos sobre a Austrália, garantindo a vaga para as oitavas como o melhor terceiro colocado. Muito disso por conta de Lorena. A gigante goleira foi imprescindível em todos os três jogos, sendo um dos grandes pontos positivos da fase de grupos, tendo realizado 15 defesas. Tarciane, que com apenas 21 anos, demonstra espírito de liderança, indo bem na sua função, assim como Ludmila, atacante velocista, que aparece no meio-campo, contribuindo para os desarmes. 

Estamos nas quartas de final. Entretanto, se não mudar mentalidade, ajustar o esquema tático, a Seleção Brasileira terá grandes chances de cair, sem contar que é necessário um time completo, não composto por quatro jogadoras: Marta, com seu passe decisivo, Lorena salvando, além de Tarciane e Ludmila desempenhando o seus respectivos papéis.


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