6 erros que Dorival Júnior precisa corrigir para o Brasil vencer o Paraguai na Copa América
- Técnico priorizou sistema defensivo diante da Costa Rica
- Equipe canarinho saiu de campo sem marcar e novo tropeço pode colocar em risco a classificação para o mata-mata
O Brasil estreou de forma decepcionante na Copa América com empate sem gols diante da Costa Rica, transformando o duelo desta sexta-feira (28), contra o Paraguai, em um confronto decisivo pensando em classificação para as oitavas de final.
A Seleção tentou se impor diante uma defensiva seleção adversária que aproveitou muito bem o campo reduzido do SoFi Stadium para arrancar um empate heroico considerando a diferença do nível técnico entre as equipes. No entanto, Dorival Júnior cometeu alguns erros consideráveis, os quais precisam ser evitados para o duelo contra o Paraguai.
1. Vinícius Júnior e Arana não renderam pela esquerda
Por orientação de Dorival Júnior, a Seleção Brasilera insistiu bastante nas tentativas de construção pelo lado esquerdo, onde Vinícius Júnior atuou aberto no mesmo lado e Guilherme Arana, um lateral que pouco se beneficia com o modelo dos pontas abertos adotado pelo técnico do Brasil.
Com isso, as situações de ataque criaram poucas situações de gol para Vini, que acabou sendo o atacante que menos tocou na bola contra a Costa Rica (44 ações com a bola, 19/23 passes certos).
2. Pouca utilização dos chutes de média distãncia
Diante de adversários bem compactados em um campo reduzido, as seleções de melhor qualidade técnica como Uruguai e Argentina encontraram dificuldades para criar muitas situações de ataque.
No entanto, um recurso que ambas utilizaram foram chutes de média distância, algo pouco explorado pela Seleção Brasileira, que tentava balançar o jogo de um lado para o outro sem encontrar espaços. As tentativas de Lucas Paquetá e Arana, ambas de fora da área, foram as principais chances de gol do Brasil contra a Costa Rica.
3. Maior agilidade para tomadas de decisão
Em uma substituição contestável, Dorival Júnior tirou Vinícius Júnior e Raphinha para as entradas de Savinho e Endrick para apostar nas construções pelo lado direito, mas o Brasil pressionou mesmo quando Martinelli entrou no lugar de João Gomes, uma substituição mais ofensiva que deixou a Seleção em um 3-2-5, mas que ocorreu restando apenas 10 minutos para o apito final.
4. Melhor utilização de Lucas Paquetá
Um dos principais problemas do Brasil durante a estreia foi justamente o posicionamento de Lucas Paquetá. Enquanto no West Ham desempenha função de transição rápida e passes em profundidade, na seleção teve a missão de construir as situações de ataque desde o meio-campo, deixando a equipe muito dependente das individualidades em um 4-4-2 que deixava os dois pontas muito estáticos.
5. Priorização do sistema defensivo em detrimento do ofensivo
Com 74% de posse de bola e 19 finalizações, o Brasil acertou apenas três chutes no alvo na partida diante dos costarriquenhos. Em entrevista coletiva, Dorival apontou que faltava consistência defensiva e por isso tentou agredir o contra-ataque em velocidade, uma estratégia pouco efetiva diante da proposta de jogo do adversário. Considerando o elenco disponível, o ideal seria em uma estratégia mais ofensiva ao enfrentar adversários de menor nível técnico.
6. Descontrole emocional
Por fim, um dos antigos problemas envolvendo equipes brasileiras no futebol acabou aparecendo na estreia do Brasil durante a Copa América. A insatisfação dos jogadores diante das corretas decisões do árbitro César Arturo Ramos Palazuelos durante a partida (sobretudo no gol anulado de Marquinhos) foram amplificadas pelo comportamento de Dorival Júnior à beira do campo, comportamento muito criticado na imprensa estrangeira e que pode atrapalhar o aspecto disciplinar dos jogadores durante a competição.