Alemanha x Hungria: Munique dribla Uefa e exibe mensagens de apoio à causa LGBTQ
Por Nathália Almeida
Por conta do veto da UEFA ao pedido do prefeito de Munique, a Allianz Arena não foi iluminada com as cores do arco-íris para a partida entre Alemanha e Hungria desta quarta-feira (23) pela 3ª rodada da fase de grupos da Eurocopa. Mas isso não impediu que outras manifestações pró-diversidade acontecessem no estádio e em seus arredores antes, durante e após a partida, visto que estamos em pleno junho, mês do Orgulho LGBTQ+.
Cerca de 11 mil pequenas bandeiras LGBTQ+ foram distribuídas entre torcedores alemães presentes no estádio para a acompanhar a partida. Além disso, diversos clubes de futebol do país iluminam seus respectivos estádios com as cores do arco-íris no horário do duelo contra os húngaros: "Nenhuma provocação, apenas algo muito natural. O Schalke 04 significa igualdade e tolerância", publicou a equipe de Gelsenkirchen.
Em coletiva de imprensa concedida na véspera do encontro, o zagueiro Mats Hummels se posicionou publicamente, reforçando o compromisso do time alemão com o apoio às minorias: "Para mim, pessoalmente, eu gostaria de ver o estádio iluminado, sem causar nenhum problema. Eu apoio esse tipo de mensagem. Esses são pequenos sinais, pequenos passos na direção certa", afirmou.
Entenda a 'queda de braço'
No início da semana, o governo de Munique enviou uma moção à Uefa, solicitando autorização para iluminar a Allianz Arena com as cores da bandeira LGBTQ+ para o duelo contra a Hungria. A iniciativa tinha como objetivo passar uma mensagem de apoio e solidariedade à população LGBTQ+ húngara, que vem sofrendo retaliações e tendo seus direitos básicos cerceados pela agenda conservadora do governo Orban.
"A capital do estado da Baviera apoia a diversidade, a tolerância e a igualdade genuína no esporte e na sociedade. Por ocasião do jogo entre a Alemanha e a Hungria, o conselho deseja enviar uma mensagem visível de solidariedade à comunidade LGBT na Hungria, que está sofrendo com a recente legislação aprovada pelo governo húngaro. Esta lei representa o ponto mais baixo de privação de direitos de lésbicas, gays, bissexuais e pessoas trans", trazia o documento.
A Uefa, no entanto, não acatou o pedido alegando se tratar de um gesto de caráter político, sendo que a entidade se autodenomina neutra. Importante ressaltar que a torcida húngara está sob investigação por ofensas de cunho racista e homofóbico cometidos durante a partida contra a França, pela segunda rodada da Euro 2020, na Puskás Arena.