Fábio e Cano foram as únicas boas notícias em nova vitória imerecida do Fluminense
Por Nathália Almeida
Mesmo estreando no Campeonato Carioca com derrota por 1 a 0 para o Bangu, o Fluminense, ao menos no aspecto classificatório, conseguiu não perder contato com seus principais rivais locais. As duas vitórias consecutivas sobre Madureira (1 a 0) e Audax Rio (1 a 0), sendo esta na última noite de quinta (3), levaram o time das Laranjeiras no atual G-4 do Estadual. Contudo, o futebol apresentado segue sem convencer, e deixa o torcedor com mais dúvidas do que certezas pensando na estreia do clube nas fases prévias da Copa Libertadores, principal competição do calendário tricolor.
Pouco inspirado diante do Madureira, o Fluminense conseguiu ser ainda pior diante do modesto Audax Rio, uma das equipes mais frágeis tecnicamente em ação no Carioca. Desorganizado e pobre em ideias, o time de Abel Braga concedeu muitos espaços e sofreu bastante com os contra-ataques adversários, enredo que já havia se repetido nos confrontos anteriores. O setor criativo, por sua vez, esteve ainda menos inspirado, cenário que ajuda a entender o porquê de Paulo Henrique Ganso ainda contar com muitos entusiastas na torcida tricolor. Preservado, Nathan fez muita falta ao time, afinal, estamos falando de um dos poucos jogadores que foi bem nos primeiros jogos do ano.
As únicas boas notícias da sofrível vitória diante do Audax foram Germán Cano e, principalmente, Fábio. Escolhido para iniciar entre os titulares na vaga de Fred, o centroavante argentino trouxe mais mobilidade e agressividade ao setor, saindo da área para buscar jogo e abrindo espaço para o apoio de seus companheiros. Para uma equipe que quer ser competitiva e brigar por títulos na temporada, o status de titular absoluto de Fred vai se tornando cada vez mais insustentável: é ídolo e merece todo o carinho do torcedor, mas já não se sustenta no aspecto técnico, tático e físico do jogo.
Fábio, por sua vez, foi o grande nome da noite com cinco defesas realizadas, sendo três delas consideradas difíceis. Não haveria vitória do Fluminense no Luso-Brasileiro sem a atuação decisiva do veterano, que fazia sua estreia sob as traves tricolores. Em condições normais, precisa e deve ser o titular da posição, por ser mais experiente e completo nos fundamentos que Marcos Felipe.
Com menos de três semanas para sua estreia na Copa Libertadores - encara o Millonarios (COL) no dia 22 de fevereiro -, o Fluminense de Abel Braga preocupa. Fortemente criticado nas redes sociais e vaiado pelos torcedores presentes no Luso Brasileiro, o treinador tende a viver dias cada vez mais complicados se insistir em determinadas convicções: o esquema com três zagueiros, a postura altamente defensiva diante de equipes de nenhuma ou pouca expressão e as substituições questionáveis já geram um clima de desconfiança sobre o trabalho do veterano.