Faces of Football: Equador – uma carta à seleção nacional
Por Nathália Almeida
Querida Seleção do Equador,
Me chamo Martín Benitez e sou CEO dos “Ecuador Heroes”, além de treinador de futebol formado pelo Instituto de Fútbol de Quito, que é filiado à Federação Equatoriana de Futebol. Eu nasci em Quito, mas cresci na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, desde os dois anos de idade.
Apoiei a Seleção Equatoriana por toda a minha vida e, curiosamente, acho que morar no exterior, como imigrante nos EUA, talvez tenha feito a minha conexão com La Tri se tornar ainda mais forte.
Sempre que o Equador joga, costumo reunir a minha família e amigos para assistir. Pessoas de todo o Equador sempre apoiam o time. Inclusive, muitas empresas daqui permitem que os seus funcionários utilizem a camisa da Seleção nos dias dos jogos. A quantidade de equatorianos por aqui impressiona: são mais de 17 milhões morando na América – e outros milhões espalhados pelo mundo.
E esses fãs são realmente especiais porque, quando a Seleção joga, você pode sentir o orgulho e o apoio que eles têm em qualquer lugar do planeta.
A minha primeira lembrança como torcedor e apaixonado pelo Equador vem da Copa do Mundo de 2006. Eu tinha apenas 8 anos na época e acompanhei tudo ao lado da minha família. Foi especial e, ali, encontrei a paixão por esse belo esporte... E também descobri o que significa ver o seu país brilhar em Mundial.
Porém, há uma outra memória que considero a mais bonita. E essa é bem mais recente: do primeiro jogo em Quito após a pandemia da Covid-19. O Equador encarou o Paraguai e, apesar de jogar bem, precisou esperar até os últimos instantes para celebrar a vitória. Lembro como se fosse hoje: Pervis Estupiñán cruzou e Félix Torres cabeceou para marcar. Que dia! Foi algo mágico e naquele momento vi que o time se classificaria para a Copa.
O que eu mais gosto no atual grupo do Equador é que há uma mistura perfeita entre jovens talentosos e líderes experientes. Também tenho meus jogadores favoritos. Gosto muito de Moisés Caicedo, Piero Hincapié, Gonzalo Plata, Ángelo Preciado, Pervis Estupiñán, Carlos Gruezo, Jeremy Sarmiento, Ángel Mena, Enner Valencia, Michael Estrada, Félix Torres, Alexander Domínguez e Moisés Ramirez.
Verdade, é uma lista muito grande, mas esses caras veem jogando muito desde que o técnico Gustavo Alfaro assumiu. E significa muito para mim, como torcedor, ver o comprometimento de cada um deles em campo durante cada partida.
Acho que podemos passar da fase de grupos este ano e isso já seria uma conquista fantástica, considerando o quão difícil é o Grupo A. Qualquer coisa depois disso será um bônus... Mas acredito que o Equador possa fazer isso se não abandonar o esquema de jogo que nos levou à Copa do Mundo e, o mais importante, aproveitando a experiência em um torneio gigantesco.
Se, por algum milagre, conseguíssemos vencer a Copa do Mundo, seria realmente incrível e teria um impacto enorme no país. Acho que a única maneira de entender isso seria ir a todas as cidades e vilas do país e experimentar todas as celebrações.
Desejo muita sorte a todos os jogadores e membros da comissão técnica no Catar!