Falta repertório? São Paulo bate recorde de cruzamentos em empate com a Inter de Limeira
Por Lucas Humberto
Quando bate o desespero e não há muitas maneiras de furar a retranca adversária, o famigerado "chuveirinho" costuma aparecer mais que deveria. Quem está se aproveitando muito do recurso é o São Paulo. No empate sem gols com a Inter de Limeira, em pleno Morumbi, foram nada menos que 60 cruzamentos, um novo recorde na conta do clube.
Vale lembrar que na antepenúltima rodada do Campeonato Paulista, diante do Santo André, o Tricolor conseguiu a façanha de alçar a bola na área 42 vezes. Durante coletiva, Rogério Ceni destacou: "Acho que é o nervosismo, o adversário baixa muito as linhas dentro da área, o centro está bloqueado, é natural que você opte pelos lados".
Contra a Inter de Limeira, a equipe da capital não teve dificuldades em controlar o embate. Contudo, pecou nos metros finais. Foram 31 finalizações, mas somente cinco no alvo. "No primeiro tempo entramos mais por dentro da área, no segundo tempo vai batendo o desespero, o tempo vai acabando, e o jogador quer tentar a chance de gol ao invés de ter um pouco mais de calma", acrescentou Ceni.
Dos 60 cruzamentos, 20 vieram através de cobranças de escanteio, provando o quão bem postada estava a defesa dos adversários nesta quinta-feira (17). Ainda assim, o técnico admitiu a falta de repertório dos seus comandados: "Principalmente no segundo tempo conseguimos muito pouco jogar nas entrelinhas".
"Realmente tentamos abrir o campo, controlar o jogo, ter a posse, ficar com a bola a maior parte do tempo e escolher melhor a jogada. Cruzávamos muito a bola sem objetividade, estamos tentando corrigir isso. O número de escanteios eleva o número de cruzamentos, porque 20 escanteios não é comum. A gente começa a cruzar bolas que não têm sentido. Temos que trabalhar mais a bola, como foi contra a Ponte, até achar o melhor momento de entrar."
- Rogério Ceni durante coletiva
Jonathan Calleri e seus companheiros voltam a campo neste domingo (20), às 18h30 de Brasília, contra o Santos, na Vila Belmiro. Pressionado depois da derrota ante o Mirassol, Fábio Carille sabe que um novo tropeço pode significar sua queda. Bem, pelo menos teremos mais uma imperdível edição do San-São.