Felipão reafirma amor ao Grêmio em carta ao The Players' Tribune e relembra passagens marcantes pelo clube

Felipão nunca escondeu seu amor pelo Tricolor
Felipão nunca escondeu seu amor pelo Tricolor / Lucas Uebel/Getty Images
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Luiz Felipe Scolari nunca escondeu de ninguém o seu amor pelo Grêmio. Torcedor do Tricolor desde pequeno, teve a oportunidade de conduzir o clube, como treinador, a algumas de suas maiores glórias. Porém, nem ele mesmo poderia imaginar que essa relação de amor seria tão forte. Em carta ao The Players' Tribune, o gaúcho de Passo Fundo relembrou momentos de sua vida, de sua paixão pelo time e, claro, do sentimento nutrido pelo estádio Olímpico, praticamente seu berço na profissão.

A PRIMEIRA VEZ NO OLÍMPICO - COMO TORCEDOR

Quartas de final da Taça Brasil de 1965. Grêmio x Palmeiras. Eu subi as escadas que davam acesso ao ponto mais alto da geral e... MEU DEUS!!! Arrepia só de lembrar a minha estreia como torcedor em casa. Até então eu a conhecia apenas por fotos nos jornais e ouvia o ambiente das partidas pelo rádio. Eu desenhava as jogadas na imaginação fértil de garoto e pintava os gols de azul, preto e branco. Imaginar o Olímpico era maravilhoso. Sentir o Olímpico foi emocionante.

A RELAÇÃO COM O ANTIGO ESTÁDIO

Mesmo que ele tenha deixado de ser o coração da Azenha, ele continuará imortal dentro de mim. O Olímpico me projetou para o mundo. Não fosse ele, eu não pisaria no Parque Antártica. Tampouco no Estádio da Luz. Nem no Stamford Bridge. Muito menos no estádio de Yokohama.

O PRIMEIRO TÍTULO, EM 1987

Em pouco tempo, me vi num Gre-Nal do banco de reservas do Olímpico. Melhor ainda: uma vitória no clássico, na última rodada da fase final, levaria o Grêmio ao tricampeonato gaúcho e aquele passo-fundense ao primeiro título no comando técnico. Com 18 minutos, o Lima já tinha marcado dois gols e o Jorge Veras outro. Explosão gremista em um belo fim de tarde ensolarado na Azenha. Levamos um susto, com dois gols do nosso rival, mas o Rio Grande continuou tricolor pelo terceiro ano seguido. Um dia monumental, à altura da história do Olímpico.

A IMPORTÂNCIA DE KOFF E CACALO

Ao voltar pra casa, em 1993, eu encontrei o clube com o mesmo status que tinha deixado: campeão gaúcho. Além disso, comecei a trabalhar em um ambiente sensacional, liderado por dois grandes profissionais nas figuras do saudoso Fábio Koff e do Luiz Carlos Martins, mais conhecido como Cacalo. Se por um lado eles não recebiam um tostão, pois ocupavam cargos considerados amadores, ambos seriam capazes de dar a vida pelo Grêmio. Dava gosto de vê-los no dia a dia, tendo o bem do clube como prioridade acima de tudo e de todos.

A FELICIDADE DE SE SENTIR EM CASA NO CLUBE

No Grêmio, eu me sinto em casa, não importa a época. E, no nosso lar, cuidamos dos nossos.
Carinho e amor definem essa relação que começou à distância e depois se materializou em anos dourados. Um sentimento que está no sangue da família Scolari, presente nas novas gerações. De Portugal, um dos meus filhos adora palpitar e conversar sobre o Grêmio. Às vezes até demais. Dos meus netos, manda fotos vestidos com o fardamento tricolor. É o lema que eu mesmo, guri, já cantei no Olímpico, né? Com o Grêmio, onde o Grêmio estiver.

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