Filho cria perfil no Instagram para resgatar memórias e disponibilizar material inédito da carreira de Caio Júnior
Por Fabio Utz
O técnico Caio Júnior foi uma das vítimas da tragédia com o voo da Chapecoense, no final de 2016. Porém, praticamente quatro depois, seu filho mais velho deu novamente vida a uma parte de sua trajetória. Ao criar o perfil 'Do Vestiário pro Campo', no Instagram, o sociólogo e empresário Matheus Saroli, de 28 anos, passou a preservar a memória do profissional.
Na rede social, são disponibilizados conteúdos particulares de Caio Júnior, ou seja, materiais aos quais normalmente o público em geral não tem acesso - nem mesmo a mídia. Palestras, vídeos de preleções, planilhas de treinamentos, análises de desempenho e até conversas inéditas sobre decisões tomadas estão ali para serem conferidas. "Essa busca do acervo para a página foi muito difícil. Primeiro, em relação às mensagens entre mim e ele, tive que reler tudo e isso é bem difícil. Ouvir áudio dele, que por um bom tempo não tinha ouvido. Mas isso está no celular, a parte difícil é só emocional. O computador e o iPad do meu pai não voltaram da Colômbia, voltou o celular, mas ele tinha mania de deletar. Ele tinha um HD com materiais de clubes passados, principalmente de fora. Com o irmão do Pipe [Grohs, analista de desempenho da Chape] vasculhamos o e-mail para buscar relatórios, qualquer coisa desse tipo. Fiquei um bom tempo correndo atrás de material", contou Matheus, ao Uol Esporte.
Matheus disse que, a partir de 2017, seria auxiliar de seu pai. Por isso, o trabalho realizado neste momento também significa um reencontro com o futebol. "Eu fiquei bem abalado, traumatizado, me afastei do futebol, não conseguia nem assistir por uns dois anos. Aos poucos fui melhorando, voltei a assistir, e então veio essa ideia de compartilhar com as pessoas como funciona a vida de um treinador." O próprio filho, que tem uma empresa de intercâmbio esportivo e deseja ingressar na carreira de jornalista, disponibiliza análises próprias, mas baseadas nos conceitos que aprendeu com o pai. "Eu tinha muito medo de esquecer coisas que ele me dizia, mas, graças a Deus, esse tesouro ainda está comigo", completou. Além da Chape, Caio Júnior trabalhou em Paraná, Palmeiras, Flamengo, Botafogo, Grêmio, Japão, Qatar e Emirados Árabes.
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