Flamengo demite Paulo Sousa em momento-chave e ainda pode se recuperar na temporada
Por Antonio Mota
Pouco tempo após novo fracasso no Campeonato Brasileiro, o Flamengo confirmou o inevitável e anunciou na noite da última quinta-feira, 9, a demissão do treinador Paulo Sousa e da sua comissão técnica. Pressionado, o Rubro-Negro Carioca tomou o caminho natural dos fins de ciclo no Brasil e colocou um ponto final na curta e desafortunada experiência da comitiva portuguesa pelo país. E já estava na hora.
Paulo Sousa assinou com o Fla no final do ano passado e foi apresentado dias depois, já no dia 10 de janeiro. Nestes cinco meses, o treinador comandou o clube em 32 jogos, com 19 vitórias, sete empates e seis derrotas. E mais, amargou dois vices: um no Campeonato Carioca e outro na Supercopa do Brasil. Seu maior sucesso foi na Conmebol Libertadores, onde conseguiu avançar com o time ao mata-mata.
O desempenho do clube no Brasileirão também não foi bom: em 10 partidas, perdeu quatro, empatou três e venceu apenas três. Deixou o clube na 14ª colocação, com 12 pontos, um a mais do que primeiro time dentro da zona de rebaixamento.
Os problemas do Flamengo de Paulo Sousa, porém, não se resumiam aos números. Em sua “era”, o Mister não conseguiu encontrar um time ideal ou dar consistência à equipe. Ao contrário. Neste curto período, o Rubro-Negro encarou diversas experiências sem fundamento, não encaixou no meio de campo e ataque e continuou sofrendo na defesa. E pior, não mostrava indícios de estar avançando em alguma direção.
Contra Fortaleza e Red Bull Bragantino, por exemplo, nos últimos 180 minutos do ciclo de Paulo Sousa, o Flamengo foi deprimente e apresentou o seu pior futebol em alguns anos. Não se encontrou em campo, errou basicamente tudo individual e coletivamente, não mostrou repertório e acabou perdendo para adversários “desesperados”, dando um bom retrato do trabalho do treinador no Brasil.
Paulo Sousa errou ao deixar a Polônia para assumir o Flamengo, e o Flamengo errou ao tê-lo contratado. Essa história, que não era para ter acontecido, acabou como deveria, num momento delicado, mas que ainda permite ao clube vislumbrar uma volta por cima. Ao Mister, que poderia estar pensando na Copa do Mundo, resta ter paciência.