Flamengo obtém prova de injúria racial cometida por Ramírez e abrirá denúncia no STJD
Por Nathália Almeida
Levando muito a sério (como deve ser) os episódios ocorridos no Maracanã no último domingo, o Flamengo segue trabalhando para reunir evidências que corroborem com a denúncia feita por Gerson ao final da partida, quando relatou em entrevista ter sido vítima de injúria racial por parte do meio-campista Juan Ramírez, do Bahia.
Nesta terça-feira (22), o camisa 8 rubro-negro compareceu à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância para prestar depoimento, abrindo uma representação contra o atleta do Bahia por injúria racial. Além de seu pai - que é um de seus representantes -, Gerson também esteve acompanhado do advogado Rômulo Holanda e do vice jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee.
Mas o caso não para por aí. No fim da tarde desta mesma terça-feira, Rodrigo Dunshee utilizou uma de suas redes sociais oficiais para tornar público o resultado da análise do vídeo de um bate-boca entre Ramírez e Bruno Henrique, feito por profissionais do INES - Instituto de Educação de Surdos -, especialistas em leitura labial. O laudo da investigação aponta que houve ofensa de cunho racial por parte do colombiano em direção ao atacante rubro-negro.
De forma independente, o Globoesporte.com também consultou especialistas em leitura labial, incluindo Mikel Vidal, filho de colombianos e com perícia em língua espanhola. De acordo com os especialistas, Ramírez se dirige à Bruno Henrique com as seguintes palavras: "Está falando muito, seu negro". Importante ressaltar que o desentendimento entre o jogador do Bahia e o camisa 27 rubro-negro aconteceu aos 20 minutos do segundo tempo, após a situação envolvendo Gerson.
O Flamengo apresentará o laudo do INES como prova à polícia e também ao STJD, onde abrirá uma representação.