Flamengo precisa de mais do que a saída de Paulo Sousa, que balança no cargo, para voltar ao ‘outro patamar’
Por Antonio Mota
O Flamengo vive um momento assustador. No domingo (5), o rubro-negro perdeu para o lanterna Fortaleza por 2 a 1, no Maracanã, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro. Com o resultado, o clube se afundou em má fase, apesar das vitórias recentes, e atingiu marca negativa: este é o pior início de Brasileirão desde 2015, conforme o serviço de estatísticas Opta, quando conseguiu apenas sete pontos nos nove jogos iniciais.
Até o momento, o Fla conquistou 44.4% (12 de 27) dos pontos na Série A de 2022, numa campanha com três vitórias, três derrotas e três empates em nove partidas. A situação é delicada e vai gerar mudanças na equipe: Paulo Sousa será demitido. Não se trata mais de “se”, mas de quando o treinador vai cair. Segundo o jornalista Venê Casagrande, o debate no Mais Querido já é sobre quem irá assumir o time para a sequência da temporada.
E não foi apenas o revés para o Leão do Pici que pesou. As declarações do próprio “Mister” após o apito final, quando praticamente se isentou de culpa, e o corte de Diego Alves do banco de reservas minutos antes da bola rolar também pesaram contra o treinador. E claro, o desempenho do Flamengo nos últimos meses também fez os cartolas desacreditarem em uma recuperação do técnico ao longo do ano. Chegou a hora de mudar.
Mas não é apenas a saída de Paulo Sousa que vai 'dar jeito' ao Flamengo. Velhos hábitos (e nomes) do clube precisam ser cortados na raiz. Existem diversas figuras, a começar pelos responsáveis pelo futebol rubro-negro, que estão cumprindo hora extra no dia a dia da equipe. Marcos Braz e Bruno Spindel, personagens marcados na história do Fla, não parecem ter mais força ou pulso para reconduzir o time para fora da crise em que se enfiou.
O Flamengo precisa de chacoalhada completa, com mudanças do vestiário à diretoria. A comissão técnica lusa não se encontrou no Brasil. O elenco está desgastado, e a diretoria não tem conseguido dar respostas para além da parte financeira. Ou seja, o clube necessita de mudanças contundentes e de mais olhares para o presente e futuro do que para o passado: é passar pelas dores do processo e construir um novo caminho para o sucesso.