Flamengo tem grave problema no sistema defensivo e ele vai além do individual
Por Antonio Mota
O Flamengo empatou em 2 a 2 com o Unión La Calera, no Chile, na noite da última terça-feira (11), por partida válida pela 4ª rodada do Grupo G da Conmebol Libertadores de 2021. Com erros individuais e coletivos na defesa, o Rubro-Negro perdeu uma excelente oportunidade de se classificar de forma antecipada para o mata-mata da principal competição da América do Sul. E esses problemas defensivos têm sido comuns neste início de temporada do clube.
Desde o início da temporada, o Mais Querido disputou 18 partidas (12 com Rogério Ceni e pelotão principal) e tomou 20 gols (17 desde que os medalhões assumiram). Deste total, sete foram sofridos apenas nas quatro partidas da Libertadores. Os números são expressivos e indicam que o problema vai muito além dos erros individuais ou do talento dos zagueiros da equipe.
"Erros defensivos são fruto do sistema de jogo. A crítica existe a um determinado nome, mas quando temos um número elevado, dez gols em três partidas, temos que tentar ajustar. Estou aqui para gerar ideias, o atleta é o mais importante. Nós estamos aqui para encontrar soluções. Mas te garanto que não é um problema único", declarou o próprio Rogério Ceni, em sua apresentação no Flamengo, no mês de novembro do ano passado.
O Flamengo não tomou 10 gols nas últimas três partidas, assim como tomou com Domènec Torrent em 2020, mas levou cinco – incluindo um contra o modesto Volta Redonda. A média é bem inferior, mas o ponto é: o Rubro-Negro Carioca segue com um sério problema defensivo. E Rogério Ceni precisa se atentar para isso. Há pontos claros que ele precisa olhar com mais cuidado. À título de exemplo, a lateral-direita e o meio de campo.
Mauricio Isla é um ótimo lateral, mas não atua bem há muito tempo. E mais: entrega muito pouco na defesa. Assim, Everton Ribeiro acaba se sobrecarregando e entregando menos no ataque. Ceni precisa equilibrar essa relação. Sobre o meio de campo, o Flamengo atua sem nenhum grande marcador na ‘meiuca’ – não que isso seja ruim, pelo contrário – e isso, claro, impacta na força defensiva do time.
No mais, além do coletivo, Bruno Viana, Léo Pereira e Gustavo Henrique precisam entregar muito mais. A falta de confiança, os erros bobos, a tomada de decisão... Eles devem conversar com Rogério Ceni e avaliar o que não vem funcionando.