Florentino Pérez defende Superliga Europeia e desdenha de ameaças da UEFA: 'A lei nos protege'
Por Nathália Almeida
O mundo do futebol debate há 24 horas ininterruptas a formação da chamada Superliga Europeia, torneio oficialmente fundado no último domingo (18), com intuito de rivalizar com a UEFA e tirar da entidade o monopólio financeiro e esportivo de competições na Europa. Amplamente criticada por atletas, treinadores, torcedores, jornalistas e outros profissionais da bola, a nova competição tem Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, como seu grande idealizador, entusiasta e principal mandatário: é ele quem atende pelo posto de presidente da competição e já responde por ela.
Bombardeado por críticas de todos os lados, Florentino foi procurado pelo 'El Chiringuito', veículo de imprensa espanhol, concedendo longa entrevista ao canal. Como era de se esperar, o mandatário defendeu ferrenhamente a recém-criada competição, alegando ser a solução ideal para salvar os clubes da crise financeira alavancada pela pandemia: "Muitos clubes importantes da Espanha, Itália e Reino Unido querem encontrar uma solução para uma situação financeira muito ruim. A única maneira é jogar jogos mais competitivos (...) O atraente no futebol é jogar entre grandes clubes, o valor da televisão aumenta e mais renda é gerada. Não são apenas os ricos que querem a Superliga, estamos fazendo isso para salvar o futebol porque está em um momento crítico", afirmou.
Quanto às possíveis retaliações, Florentino se mostrou muito seguro e praticamente desafiou a UEFA a seguir adiante com suas ameaças: "Jogadores banidos? Não se preocupe, isso não vai acontecer. Eles não serão banidos se ingressarem na Superliga. Real Madrid, Manchester City e Chelsea como os outros clubes não serão banidos da Champions League ou das ligas nacionais. 100%, tenho certeza. Impossível, pois a lei nos protege", cravou.
Perguntado sobre PSG e Bayern de Munique, duas potências que não aparecem entre os clubes fundadores, o presidente merengue não se mostrou preocupado em caso de recusa: "O PSG ainda não foi convidado e nem falamos com os clubes alemães. Por agora somos 12 clubes, queremos nos tornar 15 clubes. Se PSG e Bayern de Munique recusarem, a competição não será cancelada. Isso é uma besteira", afirmou.
Por fim, Florentino fez críticas severas ao presidente da UEFA, Aleksander Čeferin, que mais cedo usou palavras fortes em seu posicionamento contra a Superliga Europeia e seus idealizadores: "Ceferin insultou Andrea Agnelli hoje, não é possível algo assim. É uma loucura falar de um presidente de um clube mundial como a Juventus. Isso é algo inaceitável, a UEFA deve mudar, não queremos um presidente que insulte os outros presidentes. Por que os salários da UEFA e da LaLiga não são públicos? Por que os salários não foram reduzidos como todos durante a pandemia? Precisamos de mais transparência. Sabemos o salário de LeBron James, mas não sabemos o salário do presidente da UEFA", concluiu.