Fluminense e Flamengo fazem jogo pegado e deixam em aberto vaga à próxima fase da Copa do Brasil; veja os destaques
Por Bia Palumbo
Finalistas do Campeonato Carioca, Fluminense e Flamengo protagonizaram momentos de tensão no primeiro Fla-Flu da história da Copa do Brasil, disputado nesta terça-feira (16) no Maracanã.
Com este resultado, quem vencer o jogo de volta, marcado para 1º de junho, está nas quartas de final. Em caso de igualdade no placar haverá disputa de pênaltis, sem prorrogação.
Sem Pedro, vetado pelo departamento médico, mas com a volta de Gerson, Sampaoli montou o time povoando o meio de campo e a estratégia de pressionar o Fluminense deu certo principalmente na etapa inicial. O Fla tomou a iniciativa e encurralou o rival, que só conseguiu finalizar pela primeira vez aos 28 minutos em chute de Marcelo que Santos agarrou sem dificuldade. Quando o Flu conseguia sair para o jogo os flamenguistas apelavam para faltas.
A principal novidade no time de Diniz foi Pirani no ataque, mas o jovem atleta revelado no Santos teve trabalho para fechar os espaços e também foi pouco produtivo no setor ofensivo.
Gabigol teve a melhor oportunidade, mas o chute cruzado parou na trave e, na sobra, Arrascaeta mandou por cima. Gerson tentou encobrir Fábio, mas a bola passou raspando.
O Tricolor voltou melhor do intervalo, tanto que Felipe Melo teve boa chance em cabeçada que passou perto do gol, no entanto o experiente jogador foi expulso no minuto seguinte ao cometer falta dura em Gabigol, que partia livre em direção ao gol.
Arrascaeta, que estava livre de marcação mas cabeceou por cima do travessão, Ayrton Lucas, que obrigou Fábio a se esticar todo para espalmar, e Germán Cano, que arriscou do meio campo e viu a bola passar à direita do gol também finalizaram, e nem os 11 minutos de acréscimos do árbitro Anderson Daronco foram suficientes para mexer no placar.
"Jogo traz algumas imprevisibilidades, ninguém espera jogar tanto tempo com um a menos... Queríamos a vitória, claro, mas é de se valorizar por tudo que o time correu e se dedicou. Foi parecido com o primeiro jogo da final do Carioca, depois da expulsão a gente conseguiu criar mais dificuldade para eles, cada um entendeu que poderia fazer um pouco mais, a torcida também cantou o tempo todo. A gente treina muito a marcação de linha baixa, sabíamos muito bem o que tínhamos que fazer e fomos eficientes."
- Nino, zagueiro do Fluminense
"A gente precisa buscar uma consistência de jogo, às vezes jogamos mal e ganhamos ou jogamos bem e perdemos, então esse equilíbrio é fundamental. Jogamos melhor, tivemos as melhores chances, mas estamos em uma maratona de jogos, com pouco tempo para treinar, então é um pouco difícil. Estamos com um técnico novo, peço à torcida um pouco de paciência para nos adaptar a um novo estilo de jogo. Nosso objetivo é empurrar eles para trás e fazer o gol para tentar ganhar, que é o mais importante."
- Gabigol, atacante do Flamengo
Os destaques de Fluminense 0 x 0 Flamengo
1. Fábio
Bastante exigido, o goleiro do Flu demonstrou segurança e salvou o time com uma defesa praticamente à queima-roupa em cabeçada de Ayrton Lucas. Ele foi elogiado inclusive pelo zagueiro rival, Léo Pereira, que classificou como "grande atuação".
2. A torcida
Um show à parte dos 59 mil torcedores que foram ao estádio, com duelos entre flamenguistas e tricolores em uma "competição" para empurrar os jogadores, com músicas, bandeiras, pó de arroz, balões...
3. Pulgar
Bem nos cortes ajudando a defesa e contribuindo com a construção das jogadas, o chileno parece se firmar cada vez mais no time
4. Felipe Melo
Escalado como zagueiro, foi expulso logo no começo do segundo tempo, prejudicando o time não apenas pela desigualdade numérica em campo, mas também pela suspensão automática no jogo de volta e porque demorou a sair de campo, colaborando para que
5. Gabigol
O camisa 10 chamou a responsabilidade e foi quem mais chegou perto de balançar a rede - acertou a trave esquerda, e mesmo sem Pedro - que é um homem de referência - ele não ficou enfiado entre os zagueiros, saiu bastante da área. Dois pontos a se lamentar em relação a ele: simulou ser atingido no rosto em dividida com Manoel e também exagerou ao pisar na perna de Ganso após disputa perto da lateral, mas em nenhum dos momentos foi advertido pela arbitragem.
6. Ganso
Além da qualidade técnica que é habitual e de comandar o time nas principais ações ofensivas, ele se esforçou demais mesmo sem a bola nos pés, recuando até a área para fechar os espaços e orientando os demais companheiros.