Futebol e inclusão: time da elite do Ceará, Horizonte conta com jogador autista no elenco – conheça

Ferramenta poderosa de transformação social, o futebol – e o esporte, como um todo –, costuma ser plataforma de algumas histórias emocionantes. Uma delas foi contada nesta quinta-feira (15) pelo globoesporte.com, que trouxe a história de vida de Caio Pedro da Silva, atleta de 21 anos que veste a camisa do Horizonte-CE.

Peça importante da equipe que hoje disputa a elite do futebol cearense, Caio Pedro é autista e tem grau de surdez nos dois ouvidos, condição diagnosticada por sua mãe quando ele ainda era uma criança: "O autismo foi diagnosticado quando ele tinha quatro anos. Eu não queria aceitar. Por não entender as coisas direito por causa da audição, chamavam ele de doido. Muitas vezes ele não ficava na creche porque as crianças faziam bullying. Aí minha mãe disse: 'procure mais conhecimento, vá a um especialista'. E fui. Acabou detectado também a perda auditiva de grau leve no lado direito e moderado no esquerdo, a dificuldade de falar e o déficit de aprendizado", contou Tatiana.

Apaixonado por futebol desde muito garoto, Caio Pedro experimentou as tradicionais "gangorras" da vida de um atleta, tendo flertado algumas vezes com o fim precoce de carreira por conta da falta de oportunidades: "Em 2022, eu não queria jogar. Estava desanimado. Eu queria jogar sempre, mas queria desistir também. Agora estou feliz demais", revelou ao ge.

A "virada de chave" aconteceu em 2023, quando recebeu a visita de colegas que não o deixaram desistir do esporte. Acolhido e de ânimo renovado, Caio lutou para conquistar seu espaço e então se transformou em peça-chave da equipe campeã da Série B do Cearense, disputando 12 de 14 jogos possíveis pelo time principal na campanha e marcando dois gols nas fases agudas do torneio que selou o acesso do Horizonte à elite estadual.

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As referências de Caio Pedro são as melhores possíveis. Perguntado sobre seus ídolos da posição, o jovem lateral-esquerdo não conseguiu citar um só: "Quer só um mesmo, é? Marcelo... Filipe Luís também", pontuou. Mal sabe Caio que, para muitas crianças autistas que amam e sonham com o futebol, a referência do futuro pode vir a ser ele próprio.