Futebol não é realidade paralela e precisa ser exemplo em meio a novo colapso na saúde do país

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FBL-BRA-CARIOCA-FLAMENGO-BANGU-HEALTH-VIRUS / MAURO PIMENTEL/Getty Images
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O forte desabafo de Lisca em entrevista concedida ao Premiere, antes da partida entre Athletic Club e América-MG pelo Estadual, aumentou um debate que já vem ganhando força entre torcedores, jornalistas e outras categorias do mundo da bola nas últimas semanas: chegou a hora do futebol parar mais uma vez? Até que ponto é seguro para atletas e demais profissionais seguirem em ação enquanto o entorno piora a cada dia?

Com a média móvel de novos contaminados pela Covid-19 cada vez maior e com o Brasil batendo recorde de óbitos diariamente, o futebol precisa liderar pelo exemplo: paralisar e reforçar que não há normalidade possível em meio ao colapso completo da saúde no país. A pandemia atingiu um ponto de descontrole muito mais grave em relação ao cenário que tínhamos em março passado - quando a Covid-19 eclodiu em solo nacional -, e as estatísticas assustadoras escancaram como a situação é grave.

A General view of Rio de Janeiro During the Municipal Elections Runoff Amidst the Coronavirus (COVID - 19) Pandemic
A General view of Rio de Janeiro During the Municipal Elections Runoff Amidst the Coronavirus (COVID / Sergio Alves/Getty Images

O futebol não é uma realidade paralela, mas sim um recorte social: seus personagens também estão expostos, também adoecem e também estão perdendo amigos e familiares. Manter a bola rolando neste contexto tão crítico é uma irresponsabilidade com o individual e uma amostra evidente de desconexão com o coletivo. É hora de clubes, dirigentes, entidades e autoridades entenderem que o esporte e sociedade caminham juntos, e que ele, pelo alcance que tem, pode passar uma mensagem importante neste momento se paralisado: é hora de se resguardar e preservar vidas.