Governo brasileiro promete cobrar Conmebol após racismo em São Paulo x San Lorenzo no Morumbi pela Sul-Americana

Os atos de racismo ocorridos durante a partida entre São Paulo e San Lorenzo, pela Copa Sul-Americana, na última quinta-feira (10), provocaram a reação dos ministros Flávio Dino e Anielle Franco.

Os ministérios da Justiça e da Igualdade Racial do Brasil estão preparando um ofício à Conmebol para cobrar ações mais duras e efetivas contra os recorrentes casos de racismo em competições realizadas pela entidade, segundo , de acordo com o jornalista Ricardo Noblat, do site Metrópoles.

Não é a primeira vez na temporada que casos como esse acontecem na Sul-Americana e Libertadores. Até então, a entidade não abordou sobre a recorrência deste crime. Apenas segue com a bandeira contra o racismo e aplica multas para os times cujos torcedores praticaram injúria.

Na última sexta-feira (11), foram decretadas as prisões preventivas dos torcedores do San Lorenzo, Matias Ezequiel Ramirez e David Emanuel Benedetto. Eles foram presos em flagrante pela Polícia Militar durante a partida no Morumbi e detidos por racismo na 6ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE).

Benedetto foi flagrado fazendo gestos racistas na arquibancada em direção aos são-paulinos que estavam no setor abaixo. Ainda arremessou uma casca de banana em um torcedor de 12 anos.
O adolescente foi convidado pelo Tricolor Paulista juntamente com os pais para acompanhar um treino no CT da Barra Funda e para assistir ao clássico contra o Corinthians, na próxima quarta-feira (16), no jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil. 

Ao prestar depoimento, Benedetto admitiu ato racista após ver brasileiros queimando notas de pesos argentinos, relata que se demonstrou arrependido e se comprometeu com um pedido de desculpas publicamente em vídeo, segundo informações do UOL. Porém, o juiz Orlando Gonçalves de Castro Neto considerou o ato “extremamente grave” e manteve o torcedor preso preventivamente.

Ramirez, iniciou uma discussão com torcedores no camarote. Também fez gestos racistas, simulando um macaco para as pessoas com quem discutia. Matias era tido como dirigente do San Lorenzo, mas o time argentino negou e ambos não possuem cargos no clube. No comunicado oficial, afirmou ser contra “qualquer ato discriminatório”. Eles foram encaminhados para o centro de detenção para responder pelo crime de injúria.

Vale ressaltar que é um delito inafiançável e, por isso, eles vão permanecer presos e à disposição da Justiça brasileira. As imagens feitas do jogo estão ajudando a polícia nas investigações.