Grêmio conta com o brilho de garotos para golear Inter fora de casa, quebrar tabu e ficar perto da final do Gauchão

Elias abriu o placar no começo do clássico em pleno Beira-Rio
Elias abriu o placar no começo do clássico em pleno Beira-Rio / Everton Pereira/O Fotografico/Gazeta Press
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O Grêmio está com um pé na final do Gauchão! Isso graças ao Gre-Nal praticamente irrepreensível jogado no Beira-Rio na tarde deste sábado. Em plena casa do Inter, o Beira-Rio, o Tricolor aplicou inapeláveis 3 a 0. Com isso, pode perder por até dois gols de diferença na Arena, na próxima quarta-feira que avançará em busca do pentacampeonato em sequência.

O que aconteceu?

A pergunta é: o que mudou em dez dias para o Gre-Nal deste sábado ter sido tão diferente em relação ao da fase classificatória do Estadual, quando houve um completo domínio vermelho? Pois há vários fatores que explicar esta completa alteração de cenário.

O primeiro, claro, foi a escalação e o esquema tático azul. Dessa vez, Villasanti foi primeiro volante – como diz o técnico Roger Machado, viu o jogo de frente –, e colocou em prática a sua principal característica, que é comandar e dar tranquilidade aos parceiros de setor. Ao mesmo, com Lucas Silva e Bitello de titulares, o treinador azul escalou seu time no 4-1-4-1, povoando a região central do gramado e, ao mesmo tempo, garantindo uma compactação que impediu o adversário de jogar – Geromel, por exemplo, foi um monstro.

Agora vem o lado vermelho, que não encontrou alternativas. As tentativas de marcar em pressão pararam na defesa altamente concentrada do rival. Assim, as individualidades, que pouco mais de uma semana apareceram em profusão (Bustos, Maurício, Lizeiro), dessa vez sucumbiram. Dentro deste ambiente, se desenvolveu um clássico que ficou totalmente favorável aos visitantes.

Como o placar foi construído

O Grêmio teve em seus guris os protagonistas do jogo, mas é bem verdade que os atletas rubros também colaboraram um pouco. Logo aos 10 minutos, Nicolas lançou, e Elias se aproveitou de falha de Kaique Rocha para avançar com tranquilidade e chutar para o fundo da rede.

A partir daí, o Tricolor se colocou como dono do jogo. Com tranquilidade para trocar passes e atacar na hora certa, conseguiu ampliar aos 22. Dessa vez, foi Cuesta quem entregou para Bitello. Este arriscou de longe, e Daniel não pegou.

Sim, para a surpresa de muitos e dentro de uma realidade até certo ponto inesperada, os colorados praticamente não atacaram com perigo no primeiro tempo. Das poucas vezes que chegaram à área, concluíram mal. Para a etapa final, o Inter tentou exercer um abafa com a entrada do centroavante Wesley Moraes. Na mesma medida, concedeu espaços. Chance para cá, chance para lá. O fato é que a expulsão do contestado lateral-esquerdo Paulo Victor, por falta feia em Campaz, colaborou para que o Colorado se perdesse novamente. Aos 26, Diego Souza cobrou pênalti cometido pelo goleiro Daniel em Elias e fechou o placar. A festa dos gremistas fora de seus domínios, com direito a 'olé, olé', teve, ao mesmo tempo, gritos de 'time sem vergonha' da torcida colorada em direção a seus atletas.

Marca quebrada

Pela primeira vez na história dos Gre-Nais um time ganhou um clássico oficial no ano que disputou (ou disputa) a Série B. Em 1992, quando o Grêmio fez o infeliz debut na segundona, o clube até conseguiu vencer o Inter em um amistoso: 2 a 0 no Olímpico (gols de Jandir e Lira). Porém, nos cinco encontros 'valendo alguma coisa', nada de vitória. Foram quatro empates - dois pelo Gauchão e dois pela Copa do Brasil - e uma vitória rubra. Pulando para 2005, ano em que o Tricolor disputou a segunda divisão nacional pela segunda vez, não houve Gre-Nal sequer pelo Campeonato Gaúcho. Por isso, chega-se rapidamente a 2017, com o Inter amargando uma inédita queda. No único duelo da temporada, na Arena, houve empate: 2 a 2.