Há um ano, a Copa Feminina tinha início: o que mudou na categoria nesses 12 meses?
Por Nathália Almeida
Há exatamente um ano, tínhamos o pontapé inicial da Copa do Mundo que, ao seu encerramento, seria apontada como a 'Copa das Copas' para o futebol feminino e seus entusiastas. Com recordes de audiência ao redor do mundo, recordes em credenciamentos pela imprensa e alta demanda de ingressos para as partidas do Mundial, a competição foi um sucesso absoluto em cobertura, consumo e também futebol performado. Mas e o seu legado para a modalidade? Qual foi?
Todo grande evento esportivo tende a gerar frutos/heranças positivas para os meses e anos seguintes, e essa Copa não foi diferente. Reforçando o potencial atrativo da modalidade, o Mundial disputado em solo francês desencadeou alguns avanços para a categoria em diversos mercados. Ligas nacionais femininas no Velho Continente, como Espanha, Itália, França e Inglaterra, ganharam novos clubes adeptos, maior presença nas arquibancadas e calendário mais preenchido.
A Copa das Copas também trouxe mudanças para o cenário do futebol feminino brasileiro, ainda que um pouco mais tímidas. Nos meses seguintes ao Mundial, testemunhamos quebra de recorde de público em uma partida da categoria em solo tupiniquim, com quase 29 mil pessoas presentes em Itaquera para a decisão do Paulistão entre Corinthians e São Paulo. Partidas amistosas da Seleção, já sob comando de Pia Sundhage, levaram aproximadamente 15 mil pessoas ao Pacaembu.
Pela primeira vez em muito tempo, as partidas e competições nacionais do futebol feminino voltaram a ser transmitidas em canais abertos. O Brasileirão da modalidade ganhou maior cobertura nas redes sociais, e transmissões semanais na TV Bandeirantes. Timidamente, clubes começaram a dar maior atenção à formação de atletas, investindo um pouco mais no trabalho de base da categoria, algo que estava amplamente defasado em solo brasileiro. Novas competições surgiram, mas o calendário ainda se mostra como uma grande desafio em nosso contexto.
Preenchendo um pouco mais a grade do maior meio de comunicação, adentrando mais a casa do fã de futebol, mais holofotes, estrutura e valorização: pouco a pouco, a modalidade vai avançando em suas justas (e antigas) reivindicações. Ainda há um longo caminho pela frente para que o atraso de décadas seja compensado, mas o último biênio reforçou nossas esperanças de que é possível.
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