Jogadores brasileiros relatam tensão em meio a conflito entre Rússia e Ucrânia; UEFA se manifesta
Por Antonio Mota
A tensão, o medo e a preocupação tomaram conta de parte da Europa e do mundo nas últimas horas, com os ataques e invasão da Rússia à Ucrânia. A situação é alarmante e o clima de guerra já é realidade na vida de milhares de pessoas, inclusive na de jogadores brasileiros que atuam em equipes ucranianas. Guilherme Smith, atacante do Zorya Luhansk, falou ao “ge” sobre o momento no país.
“A gente está bem focado na volta do campeonato. Ainda não estourou nada, não chegou nada para gente, mas é claro que vivemos com medo, com preocupação. Percebo as pessoas mais tensas. Antes elas viviam mais tranquilas”, afirmou Guilherme, de 18 anos, expondo a tentativa de manter a vida dentro da normalidade.
A princípio, após tensões e incertezas, o Campeonato Ucraniano recomeçaria nesta sexta-feira, 25, mas isso não vai acontecer. Em breve nota, a Premier League Ucraniana (UPL) comunicou que a liga foi suspensa. “Devido à imposição da Lei Marcial na Ucrânia, o Campeonato Ucraniano está suspenso”, publicou.
Guilherme não é o único brasileiro no Zorya, time que fica em Luhansk, região separatista que teve a independência reconhecida pela Rússia. O meia Cristian também falou sobre o clima de tensão na Ucrânia e reforçou que o medo é se tornou rotina. “Na cidade direto passa carro-forte, exército na rua. Isso traz um pouco de medo para nós, que somos de fora”, declarou, completando:
“Mas parece um dia cinzento. Você sai na rua e vê que o povo está estranho. Fica um clima tenso na cidade. Como estamos longe da divisa, acho que é mais difícil ter um conflito. Mas o exército fica passando de um lado para o outro, e a gente fica com medo”, finalizou o companheiro de Smith no Zorya.
Cristian expôs ainda que mantém contato com brasileiros de outros times da Ucrânia e que gostaria de deixar o país, mas que não o faz por conta do contrato com o Zorya. “Eu, no caso, sairia daqui. Mas o problema é que precisamos cumprir o contrato. Não podemos largar. Como os ucranianos estão acostumados com isso, a gente não está”.
"A gente vive sem saber o que fazer. Se der uma guerra, a gente tem que dar um jeito de sair do país. A gente deixa as coisas arrumadas caso a gente precise sair numa emergência. "
- reforçou o meia.
Além da dupla Smith e Cristian, o Zorya também conta com outro brasileiro no elenco: o lateral Juninho. Há, no entanto, outros atletas em outras equipes, como no Shakhtar Donetsk, que atualmente tem 13 jogadores brasileiros no elenco.
Nota da UEFA sobre tensão Rússia-Ucrânia
Em comunicado, a UEFA, entidade máxima do futebol da Europa, convocou uma reunião extraordinária para ‘avaliar a situação e tomar todas as decisões necessárias’. A organização publicou ainda que outros comunicados serão feitos após o encontro do seu Comitê Executivo.
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