John Textor afirma que jogadores do Botafogo manipularam partidas do Brasileirão, segundo relatório da Good Game

  • Ele preferiu manter nomes dos supostos envolvidos em sigilo
  • STJD fala em "fantasias tecnológicas" ao analisar o caso
John Textor, dono da SAF do Botafogo
John Textor, dono da SAF do Botafogo / Eurasia Sport Images/GettyImages
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O dono da SAF do Botafogo, John Textor, voltou a falar sobre manipulação de resultados no futebol brasileiro. De forma surpreendente, anunciou, em entrevista ao site ge.globo, que alguns jogadores do próprio clube alvinegro estiveram envolvidos em tais acontecimentos na temporada passada, em jogos válidos pelo Campeonato Brasileiro de 2023.

"Quando eu fiquei tão comprometido com isso (manipulação de resultados) e passei a acreditar nisso depois de ver a eficácia da tecnologia testada em outros lugares, em tribunais, prisões sendo feitas (com base nisso). Eu acreditei, certo? E então eu disse: preciso ter explicações para algumas coisas que acontecem no nosso jogo. Porque as pessoas falam sobre o colapso do Botafogo e desses jogos que não conseguimos vencer. Então comecei a olhar alguns desses jogos e pelo menos um desses jogos foi manipulado por jogadores do Botafogo."

John Textor ao site ge.globo

Textor contratou a empresa Good Game para analisar possíveis erros ou manipulação de resultados. De acordo com o empresário norte-americano, os atletas que supostamente participaram não estão “em rotação” e merecem se defender. 

"Não vou dizer. Porque eles merecem (se defender). Por melhor que seja a evidência, por mais que seja uma tecnologia testada por 10 anos, e agora é uma tecnologia ainda melhor. É chato, né? Porque eu conheço esses jogadores. Eles não estão mais na rotação."

John Textor ao site ge.globo

Em junho deste ano, Textor chegou a pedir na CPI na Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas uma acareação entre Good Game e Sportradar, empresa contratada da CBF para evitar manipulação de resultados, mas a solicitação foi negada pelo presidente da CPI, o senador Jorge Kajuru. O Botafogo chegou a liderar o Brasileirão por mais de 30 rodadas, no entanto, ficou 11 jogos sem vencer.

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John Textor participou da CPI na Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas / EVARISTO SA/GettyImages

Ainda ao ge.globo, Textor mencionou que entrou tudo para um promotor, alegando que não é mais uma questão do Botafogo com algum outro time.

" Eu não vou além disso. Com todo o respeito. Vocês estão sendo educados, vocês estão sendo bons jornalistas, mas eu entreguei essa evidência ao promotor. Então, é uma mensagem para todos os donos de times do mundo, eu não estou apontando apenas para você. Estou apontando para nós. Isso mostra quão prevalente a manipulação de resultados é. Então vamos parar de dizer que é sobre o jogo Botafogo contra Palmeiras, ou Grêmio ou Bahia."

John Textor ao site ge.globo

STJD não acredita nas provas de John Textor

No início de julho, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) publicou a conclusão do inquérito sobre as falas de John Textor.  O auditor Mauro Marcelo de Lima informou que as provas apresentadas pelo empresário são “imprestáveis”, além de sugerir uma pena de suspensão de seis anos e pagamento de multa de R$ 2 milhões.

"Após uma análise detalhada e exaustiva dos métodos utilizados pela empresa Good Game, por meio dos citados sistemas MATCH-FIX® e REF-EVAL®, chega-se à conclusão de que tais sistemas não cumprem o que prometem. Apesar de todas as alegações impressionantes sobre a precisão de mais de 99% e o emprego de algoritmos avançados de inteligência artificial, referidos métodos não apresentam qualquer eficácia comprovada e tampouco validade com embasamento científico. (...) Ambos os sistemas se mostram como pretensas soluções milagrosas que, na realidade, não passam de fantasias tecnológicas. A ideia de que um algoritmo pode garantir justiça absoluta no esporte é, infelizmente, apenas um sonho. A confiança depositada nesses métodos pela Good Game é, na melhor das hipóteses, uma ilusão quase bem-intencionada e, na pior, um artifício na tentativa de ludibriar as entidades esportivas."

Inquérito do STJD

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