Juventude, mentalidade: o que faz do Palmeiras o "time a ser batido" em 2024?
- Verdão precisa reverter desvantagem contra o Flamengo para avançar na Copa do Brasil
- Time paulista ganhou sete dos 11 duelos eliminatórios contra o rival ao longo da história
O Palmeiras entra em campo nesta quarta-feira (7), diante do Flamengo, a partir das 20h (de Brasília), em um dos confrontos mais importantes das últimas temporadas na decisão por uma das vagas às quartas de final da Copa do Brasil. Com mais de 40 mil torcedores presentes no Allianz Parque, a partida definirá parte dos rumos que o Alviverde terá pela frente na sequência da temporada. Só a vitória interessa, e ela precisa ser por diferença por dois ou mais gols, afinal o campeão carioca ganhou por 2 a 0 no Maracanã.
A sequência de derrotas consecutivas trouxe uma grande desconfiança para a torcida palmeirense e motivou um protesto comandado por alguns integrantes de torcida organizada na Academia de Futebol. No entanto, o atual bicampeão paulista e brasileiro demonstrou sinais de melhora no desempenho no empate contra o Internacional, no final de semana, pelo Brasileirão.
Mudança tática no Palmeiras
Como principal novidade diante do rival gaúcho Abel Ferreira apostou no sistema de três zagueiros com mudanças no posicionamento dos jogadores no setor defensivo. Raphael Veiga atuou como volante, enquanto Maurício e Dudu atuaram no meio-campo e Lázaro iniciou na frente na vaga do suspenso Flaco López - lembrando que o jovem Estêvão estava no departamento médico e nem viajou para Porto Alegre. Apesar de uma boa estratégia no “papel”, a ideia acabou não sendo bem executada devido à falta de criação no campo ofensivo.
Precisando melhorar o desempenho, a solução encontrada por Abel foi a entrada de Felipe Anderson pelo lado direito no lugar de Dudu, que não estava com a mesma intensidade dos demais companheiros. O modelo ideal do ataque veio com Rony, trazendo a velocidade necessária para pressionar o Colorado e assumir o protagonismo da partida, exigindo grandes defesas de Rochet e indicando um caminho para escalar o time diante do Rubro-negro carioca.
Os jovens talentos do Palmeiras sempre podem decidir
Além do aspecto tático de seu técnico, o Palmeiras também pode contar com a força de seus talentos das categorias de base, um dos trabalhos que mais rendem frutos para os clubes profissionais no futebol brasileiro. Existe grande expectativa pelo retorno de Estêvão para a sequência da temporada, além da retomada das grandes atuações de Lázaro e Vitor Reis. Caso deseje, Abel também poderá contar com destaques da base como Luighi, Thalys, Erick Belé, e Wesley Lima.
"Vitor, Naves, Fabinho, Jhon Jhon e outros tantos, é um trabalho feito por todos: pela base, pela comissão principal, psicólogos, nutricionistas, por Barros, Leila… É feito por todos, portanto a base nos últimos anos tem sido muito potencializada, mas ela existe há muitos anos. Fui muito criticado por não apostar na base. Vários quiseram passar essa mensagem. "
- Abel Ferreira, técnico do Palmeiras
Fechados com Abel Ferreira
Por fim, sabemos que o Palmeiras atravessa grande desconfiança atualmente, mas este fator apenas colabora com o trabalho de Abel Ferreira. O português consegue trabalhar a mentalidade dos jogadores para fazer o rendimento aumentar nos momentos de maior pressão, como em finais de Libertadores e na conquista da Supercopa do Brasil em 2023, trajetória de sucesso desde que chegou ao Brasil que rendeu a publicação do livro "Cabeça Fria, Coração Quente", lançado em 2022. Cabe relembrar também a histórica arrancada rumo ao título do Brasileirão no ano passado, apesar das condições desfavoráveis e grande vantagem do Botafogo na liderança.
A capacidade de manter o foco do plantel mesmo sob pressão e a capacidade de adaptação para os momentos de dificuldade deixaram um espírito vencedor no Palmeiras, refletindo no desempenho em jogos mais decisivos nas últimas temporadas. Isso não significa que o Palmeiras seja imbatível, mas possui certamente uma força mental que dá ainda mais esperança aos palmeirenses.
"O técnico treina o Palmeiras e depois toma as decisões que são melhores para o Palmeiras. Eu tenho lideranças dentro do grupo, jogadores que recebem muito bem nossos jogadores. Lomba que tem um trabalho que lhe dei, o Weverton, Zé, Dudu, Veiga, Rony, Mayke, Rocha e Piquerez que restava a ajudá-los. É um trabalho em conjunto e sou muito orgulhoso de treinar essa equipe porque deixam o ego em casa. Percebem a cultura do ´todos somos um´."
- Abel Ferreira, técnico do Palmeiras