Klopp pode conduzir o melhor ano da sua geração no Liverpool, mas é preciso cautela
Por Lucas Humberto
O alemão Jürgen Klopp já liderou uma das maiores remontadas da história da Champions League quando aplicou incríveis 4 a 0 no Barcelona depois de ter perdido por 3 a 0 no primeiro jogo. Por falar no cobiçado torneio continental, o treinador venceu a edição de 2018/19 de forma incontestável. Ele também é responsável pelas últimas grandes glórias do Borussia Dortmund.
Como se não bastasse o somatório de feitos alcançados por pouquíssimos concorrentes da profissão, Jürgen conduz com maestria aquela que tem potencial para ser a melhor equipe da Era Klopp no Liverpool. O clube está invicto na temporada 2021, com 10 vitórias e três empates, sendo 41 gols marcados e 11 sofridos. Muito além dos nomes consagrados de outrora, o brilhante treinador está munido de uma gama de atletas que vive seu auge físico e técnico.
Salah, melhor, mais completo e mais letal jogador do mundo em 2021, Firmino, o craque silencioso, Van Dijk, a muralha, Henderson, o capitão... isoladamente, a base campeã de 2019/20 permaneceu praticamente inalterada. Acontece que, depois de um ano de vacas magras e alguns dos pilares do clube no departamento médico, o padrão do técnico foi retomado. E a lista de vítimas aumenta...
Apesar da goleada diante do Manchester United ser interpretada como ápice dos Reds nos últimos meses, Diogo Jota e seus companheiros demonstraram alto nível de múltiplas maneiras - inclusive na Champions League, em viradas sobre Atlético de Madrid e Milan, no hat-trick de Firmino contra o Porto, nos placares elásticos, etc. Talvez o único "deslize" tenha sido empate com o Chelsea tendo um homem a mais.
Contudo, da mesma forma que há potencial, técnica, vontade e euforia, a temporada ainda é uma criança. As rodadas da Premier League sequer chegaram aos dois dígitos, o mata-mata da Champions está a meses de distância, as Copas dão seus passos iniciais e o fim do ano futebolístico 2021/22 é um vislumbre muito distante.
No entanto, embora os Reds ainda tropecem daqui em diante - e eles vão -, a imagem dos torcedores saindo de Old Trafford com mais de 30 minutos de jogo restantes jamais será esquecida. Esse é um trunfo de Klopp que, ao contrário de Ole Gunnar Solskjær, jamais irá andar sozinho, afinal, ninguém teria coragem de abandoná-lo no auge da melhor geração que ele mesmo construiu.