Lanzini relembra "experiência bárbara" no Flu e exalta West Ham na Premier League em entrevista exclusiva ao 90min
Por Rodrigo Salomao
Sete temporadas numa competição como a Premier League definitivamente não é para qualquer um. Mas Manuel Lanzini não é qualquer um. O meia argentino de 28 anos, cria da base do River Plate e também campeão brasileiro pelo Fluminense, é o camisa 10 do West Ham com muita maestria. E através de uma parceria com a Betway, site de apostas esportivas, conversou de maneira exclusiva com o 90min sobre a sua carreira. Abaixo, trazemos os principais destaques da conversa:
Carreira na Premier League
"É um caminho muito longo. Acho que trabalho, uma boa predisposição e um alto nível ajudam a ser amado e feliz. Isso facilita para que eu esteja em uma das melhores ligas do mundo por tanto tempo. Desde que voltei da lesão de 2018 (dos ligamentos) estou no meu melhor momento, estou voltando ao nível de então. Demorou devido à lesão, tive altos e baixos, mas estou mantendo o nível que buscava e felizmente consegui encontrá-lo."
Ótima campanha do West Ham
"Quando começa uma temporada a gente se empolga, se prepara, a verdade é que no ano passado fizemos uma campanha maravilhosa. Sabíamos que tínhamos potencial porque temos um plantel muito bom, com muitos jovens e também jogadores experientes que são muito bons para a equipe. Isso faz com que se crie a expectativa. Quando este ano começou, vindo do anterior, estivemos bem, vendo como fizemos a pré-temporada, jogamos os jogos e tudo, estávamos muito animados. Felizmente, estamos atuando dessa forma.
A chegada de Zouma é um salto de qualidade. É um jogador com muita experiência, não só ele, mas todos os reforços que vieram também deram muita qualidade à equipe. É o que acontece, quando a equipe está bem, todos os jogadores querem vir para cá. Hoje o West Ham é um dos times mais conceituados e valorizados, e isso é bom porque faz você competir e não relaxar a qualquer momento."
Período no Fluminense
"Foi uma experiência bárbara, pelo que vivi, pela cidade, pelas pessoas que me trataram muito bem, pelo clube também. Eu convivi com jogadores muito bons que o Fluminense tinha naquela época: Deco, Fred, Rafael Sóbis, Thiago Neves, muitos jogadores que quando você é mais jovem você aprende muitas coisas só de observar. Nesse lado foi ótimo. Tomei essa decisão com minha família porque acreditava que era o melhor para minha carreira e o que eu precisava naquela época e a verdade é que foi mesmo."
Argentina e Copa do Mundo
"Vejo com bons olhos a seleção, e não tem como não ver. Na verdade ela foi campeã da Copa América e está fazendo um ótimo trabalho nas eliminatórias. Acho que é um grupo de ótimos nomes, o Messi se adaptou a todo esse processo e da melhor forma com muitas mudanças. Eles estão em um caminho muito bom e espero que possam continuar, já que ainda resta um pouco para a Copa do Mundo. Se eu gostaria de voltar? Sim, gostaria muito. Trabalho todos os dias no clube para estar em alto nível e depois poder voltar à Seleção. É a coisa mais linda poder representar seu país, espero poder voltar logo e poder mostrar que posso estar lá."
Ídolos da camisa 10
"O fato de eu ter crescido jogando como um "enganche" me levou quase obrigatoriamente a ter que usar esse número. Na base, normalmente quem usava esse número é porque era o jogador mais criativo. Tive como referências jogadores como Pablo Aimar, Ariel Ortega... É um número que sempre gostei e sempre que vou a um clube a primeira coisa que procuro é se o '10' está disponível, se não está não acontece nada, tudo bem, mas adoro."
Experiência no River Plate
(Nota da redação: Lanzini estreou nos profissionais em meio à luta do River Plate para não ser rebaixado, o que aconteceu)
"É difícil responder porque você se sente preparado, você espera aquele momento e às vezes quando você é muito jovem você não percebe as dimensões. Naquele momento da estreia senti que era tudo alegria, era o que mais gostava de fazer, mas o clube vivia outra situação. O melhor é levar os meninos aos poucos, obviamente hoje o River vive outra realidade e é muito mais fácil entrar em um time que já se reconciliou com uma instituição organizada, que só tem que pensar em jogar. Além do técnico que o River tem hoje, que eu acho que é um dos melhores nesse processo. Ele revelou muitos jovens e o fez da melhor maneira possível. Naquele momento era a minha vez, aquela situação era a minha vez, eu estava feliz, eu assumi a responsabilidade sem cair na realidade do que estava acontecendo, mas dentro de mim tudo era felicidade."
Clássicos
(Nota da redação: Lanzini já marcou gols em River x Boca, West Ham x Tottenham e Fla x Flu)
"Os clássicos sempre têm uma vantagem em relação aos outros jogos, não só para o dia do jogo, mas também para os dias que o antecedem. River x Boca foi o máximo que experimentei como torcedor e como jogador até hoje. Você começa a falar três semanas antes, todo mundo está te observando, não só a torcida do clube, o mundo está esperando por essa partida. Poder jogar e se divertir dentro de campo, mais ainda fazer um gol, é uma sensação sensacional."
Sonhos que ainda restam
"Meu primeiro sonho seria poder jogar a Copa do Mundo e depois continuar crescendo como pessoa e como jogador de futebol."