Lisca "Doido" é muito mais que um apelido
Por Guilherme Lopes
Atualmente treinador do América Mineiro, Lisca ou Lisca “Doido” como é apelidado, vem colhendo os frutos de um bom trabalho. Com a vice-liderança na Série B e semifinalista da Copa do Brasil, o técnico é considerado um dos principais profissionais do futebol brasileiro na atualidade.
Mas você conhece a trajetória do treinador? Através desse texto vamos contar um pouco desse percurso até os momentos de hoje, além de seu trabalho atual no América Mineiro.
Lisca vem de uma família futebolística, tanto seu bisavô Carlos de Lorenzi, como seu avô Jorge de Lorenzi, atuaram como goleiros no Internacional, por coincidência foi lá que Lisca começou o seu trabalho de treinador, inicialmente nos juniores. Ainda passou na base de clubes como Fluminense, São Paulo e Grêmio. Começou sua carreira nos profissionais em 2006, no Brasil de Pelotas, rodou diversas equipes, mas foi no Juventude onde recebeu o apelido de “Lisca Doido”, o técnico relata que a torcida gaúcha vinha de diversas frustações, quedas, e tinha um grito com o mascote que dizia “Papo, papo, doido”. Quando o treinador chegou, quis motivar os torcedores sempre com sua forma carismática, e dando o sangue pela equipe, mesmo sem estar em campo.
O treinador nunca chegou a ser um grande colecionador de conquistas, mas sim de bons trabalhos, o primeiro foi no Náutico, em 2015. Todos os analistas acreditavam que o Timbu brigaria por z-4, com Lisca a equipe estava beirando o g-4, apenas 2 pontos atrás do quarto colocado, entretanto, após desentendimentos com a direção do clube, acabou sendo despedido. No mesmo ano, o treinador seguiu mostrando o seu bom trabalho, e força no vestiário, pegando um Ceará já desacreditado, na 17ª posição, depois que Lisca assumiu, a equipe terminou na 15ª colocação, escapando de jogar a Série C.
A fama dos trabalhos de “recuperação” começou a ganhar notoriedade, até receber o convite do Internacional, a equipe gaúcha tinha grandes chances de ser rebaixada, e foi desesperadamente atrás de Lisca, que teve apenas três jogos no comando da equipe, somando quatro pontos, não evitando o rebaixamento da equipe. Mesmo com o pouco tempo de trabalho, os dirigentes gaúchos optaram por a não continuação do técnico.
Lisca ainda teve mais um grande trabalho de recuperação, novamente pelo Ceará, que em 2018 ocupava a lanterna do campeonato, não demorou muito para Lisca tirar a equipe daquela situação, fazendo uma campanha de g-7 no pós-copa, evitando o rebaixamento com uma rodada antecedência.
Diferente de trabalhos longevos, como o de Tuca Ferretti no Tigres, que completou uma década. Lisca tem agora sua primeira oportunidade de completar um ano a frente de uma equipe, assumindo desde o começo da temporada. A confiança da diretoria, jogadores e torcedores, vem dando resultados, a equipe está bem próxima de garantir uma vaga para Série A, e com chances reais de ser campeão, já que a diferença para a líder, Chapeconse, é de apenas dois pontos. Além das históricas classificações contra Corinthians e Internacional na Copa do Brasil, e a chance de ser finalista, se vencer o Palmeiras . Com todos esses bons resultados, ainda fica um detalhe, a equipe de Lisca, perdeu um dos seus principais jogadores, Matheusinho, que assinou com o Beitar Jerusalem, do Israel.
Com seu carisma dentro e fora de campo, as vezes muitos torcedores, imprensa, consideram Lisca apenas como um personagem do futebol, o que também é verdade, porém, o treinador é muito mais que isso. O seu trabalho deve ser valorizado, não só pelo o que vem fazendo no América, mas pelo o que fez em outros clubes, mesmo com o pouco tempo de trabalho e baixo investimento. Lisca “Doido”, Tuca, Fernando Diniz são a prova que trabalhos longevos de bons profissionais podem dá muito certo.