Manifesto de atletas do Brasil expõe contrariedade com Copa América; jogadores, porém, vão a campo
Por Fabio Utz
Através de um manifesto publicado nas redes sociais, o grupo de atletas da seleção brasileira deu a sua versão a respeito de toda a polêmica instaurada nos últimos dias sobre a participação ou não do Brasil na Copa América. Desde quinta-feira, havia a expectativa por uma posição drástica por parte dos profissionais, que não gostaram da forma como a troca de sede foi tratada pela Conmebol e, obviamente, pela CBF.
Antes dos dois jogos das eliminatórias da Copa do Mundo, contra Equador e Paraguai, o elenco solicitou uma reunião com o agora afastado presidente da confederação nacional, Rogério Caboclo. Embora o dirigente negue, na visão de muitos ele se utilizou da organização às pressas do torneio continental para fins políticos. E isso, claro, não agradou, tanto que sua ida ao vestiário do Beira-Rio na partida da última sexta-feira não foi bem recebida - os jogadores, liderados por Neymar, cortaram a sua fala. O discurso oficial, possivelmente, tenha sido amenizado com a saída de Caboclo. E, se por alguns era esperado o "algo mais", este não veio.
MANIFESTO OFICIAL DOS JOGADORES DA SELEÇÃO BRASILEIRA
Quando nasce um brasileiro, nasce um torcedor. Para os mais de 200 milhões de torcedores escrevemos essa carta para expor nossa opinião quanto a realização da Copa América.
Somos um grupo coeso, porém com ideias distintas. Por diversas razões, sejam elas humanitárias ou de cunho profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela Conmebol, fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil.
Todos os fatos recentes nos levam a acreditar em um processo inadequado em sua realização. É importante frisar que em nenhum momento quisemos tornar essa discussão política. Somos conscientes da importância da nossa posição, acompanhamos o que é veiculado pela mídia e estamos presentes nas redes sociais. Nos manifestamos, também, para evitar que mais notícias falsas envolvendo nossos nomes circulem à revelia de fatos verdadeiros.
Por fim, lembramos que somos trabalhadores, profissionais do futebol. Temos uma missão a cumprir com a histórica camisa verde-amarela pentacampeã do mundo. Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à seleção brasileira.
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