Megan Rapinoe se despede das Copas, lembra de Marta e dá mais um passo rumo à aposentadoria: “Geração especial”

  • Bicampeã do Mundo, Rapinoe se despediu das Copas neste domingo, 6, com a eliminação dos Estados Unidos
  • “Orgulhosa da minha carreira”, diz camisa 15
Megan Rapinoe se despediu das Copas do Mundo na Oceania: “É triste, mas é a vida”.
Megan Rapinoe se despediu das Copas do Mundo na Oceania: “É triste, mas é a vida”. / Robin Alam/USSF/GettyImages
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Uma lenda viva do futebol feminino, Megan Rapinoe deu mais um passo rumo à sua aposentadoria na manhã deste domingo, 6 de agosto, com a eliminação dos Estados Unidos nas oitavas de final da Copa do Mundo Feminina 2023. A poderosa equipe da América do Norte caiu nos pênaltis para a Suécia, no Melbourne Rectangular Stadium, e se despediu do Mundial da Austrália e da Nova Zelândia. Esta foi a pior campanha das atuais bicampeãs no torneio.

A estrela norte-americana, vale ressaltar, errou sua cobrança de pênalti, o que chamou de 'tragicômico'. “Estou muito feliz pela forma como saímos, jogando assim contra a Suécia, nos divertindo com a bola nos pés", começou. "Mas é uma piada de mau gosto para mim pessoalmente, é tragicômico que eu perdi um pênalti. É o equilíbrio para o lado bonito do jogo".

Após o término da partida, Rapinoe falou sobre a queda dos Estados Unidos na Copa e se emocionou. “Estou com um sorriso no rosto [entre sorrisos e lágrimas]. Mas, sim, é por aí. Eu com certeza pensei sobre isso [último jogo] antes de entrar em campo. É uma possibilidade, né? Quando o jogo começa... mas achei que iríamos passar. Mas a goleira foi realmente muito bem”, iniciou a camisa 15, que elogiou muito a atuação de Zecira Musovic, eleita a melhor do jogo.

Megan Rapinoe
Rapinoe perdeu pênalti em seu último jogo em Copas do Mundo. / Robert Cianflone/GettyImages

A atacante também avaliou sua jornada profissional e mostrou gratidão, ressaltando que não poderia ficar decepcionada com nada – apesar da tristeza com a eliminação precoce no Mundial.

“Tenho 38 anos. Estou pensando que isso é a vida, sabe? Gostaria que a gente tivesse avançado, vencer mais um campeonato e tudo o mais, mas isso não tira nada dessa experiência ou da minha carreira. Tenho muita sorte e sou muito grata por ter jogado por tanto tempo na seleção, em todos os times de sucesso por onde passei e por ser parte de uma geração muito especial de jogadoras que fizeram tanto, dentro e fora de campo”, acrescentou.

"Seria difícil ficar decepcionada com alguma coisa. Claro, estou decepcionada por estar fora da Copa, mas no geral estou bem, me sinto pronta de diversas formas para encerrar a carreira e me sinto parte disso. É triste, mas é a vida. "

Megan Rapinoe, atacante dos EUA
Rapinoe
Rapinoe se diz honrada por ter participado de “geração especial” do futebol. / Anadolu Agency/GettyImages

Megan Rapinoe ainda afirmou ter feito parte de uma “geração especial de jogadoras”, lembrando nomes como Marta e Christine Sinclair e celebrou as jovens estrelas que estão surgindo no jogo. “Essa nova geração está tomando conta. É uma coisa ótima, jogadoras tão jovens, tão talentosas. Acho que eram 13 ou 14 jogando pela primeira vez uma Copa do Mundo, então elas vão voltar ainda melhores em quatro anos”.

"Fiz parte de uma geração especial. Tivemos algumas das melhores jogadoras, dentro e fora de campo, da história desse esporte. Marta, Sinclair, Becky que não está aqui. Ter podido dividir a atmosfera com essas jogadoras, jogar ao mesmo tempo, foi muito especial. Agora é a hora de seguirmos em frente e das novas entrarem em cena, escreverem suas histórias. Estamos vendo isso nesse campeonato e no nosso time. Estamos passando por um período de transição e o futuro para a seleção dos EUA é bem empolgante."

Megan Rapinoe, atacante dos EUA

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Por fim, a histórica camisa 15 da Seleção dos Estados Unidos comentou sobre sua carreira e se mostrou muito orgulhosa pelo que fez (e faz) pelo esporte. “As coisas passam pela minha cabeça, tenho refletido bastante, de tempos em tempos, e é difícil não fazer isso. Estou bem orgulhosa da minha carreira em Copas. Três finais, dois títulos, quatro Copas. É claro que a gente sempre quer mais, quer vencer, mas sinto muito orgulho da minha carreira, do meu time, de todas as jogadoras. Amo cada parte da minha carreira e vou sentir falta. Mas também sinto que é a hora certa de me despedir, e tá tudo bem”.

Aos 38 anos, Rapinoe já havia anunciado no início do mês passado, poucos dias antes do início da Copa do Mundo, que essa seria sua última participação no torneio. A atacante vai se aposentar no final do ano.