Neymar-Barcelona: relembre o caso que vai levar o astro a julgamento um mês antes da Copa do Mundo
Por Fabio Utz
Um mês antes da Copa do Mundo, mais precisamente em 17 de outubro, terá início o julgamento envolvendo Neymar e seu contrato com o Barcelona. E é fato que, naturalmente, o jogador terá que comparecer às audiências e se defender das acusações de corrupção e fraude. Além do atacante, seus pais, dois ex-presidentes do Barcelona - Sandro Rosell e Josep Maria Bartomeu - e um ex-dirigente do Santos também vão ao banco dos réus.
ENTENDA UM POUCO MAIS SOBRE O CASO
O julgamento é consequência de uma denúncia apresentada há sete anos pelo Grupo DIS, que se disse enganado e prejudicado pela contratação de Neymar pelo Barça. A empresa detinha 40% dos direitos econômicos do craque - adquiridos em 2009 por cerca de 2 milhões de euros - quando da transferência para o Camp Nou e considera que foi vítima de um trama envolvendo o jogador, seus pais e os dirigentes em questão.
Dois contratos foram assinados, na sua visão, ignorando que parte dos direitos não pertenciam a quem conduziu as negociações. Um deles, inclusive, garantiu o repasse de 40 milhões de euros como forma de assegurar a compra. "O Barcelona e o jogador quebraram as regras da Fifa e alteraram a livre concorrência no mercado de transferências", alegou o Grupo DIS, que pede indenização de 150 milhões de euros.
No que se refere exclusivamente ao camisa 10, o Ministério Público solicita dois anos de prisão e o pagamento de multa de 10 milhões de euros. A empresa, por sua vez, quer elevar o período de reclusão para cinco anos e deixá-lo inabilitado para jogar futebol por igual período.
A investigação começou no Tribunal Superior Nacional, mas acabou caindo no Tribunal Superior de Barcelona após uma jornada judicial tortuosa que alongou a resolução do conflito. O julgamento será realizado em sete sessões até 31 de outubro. Em 2016, o Barcelona concordou em pagar 5,5 milhões de euros por dois crimes fiscais na operação que culminou na contratação de Neymar. Foi uma sentença de consentimento que fez do Barça o primeiro time de futebol condenado como pessoa jurídica. Esse pacto com o Ministério Público permitiu que o então presidente Bartomeu, e seu antecessor, Rosell, que enfrentavam penas de prisão, fossem exonerados de responsabilidade.