Neymar: o Brasil na Champions e o 'esquenta' para 2022
Por Rodrigo Salomao
Depois de muita espera (mas muita mesmo!), chegou o grande dia: pela primeira vez na história, o Paris Saint-Germain fará uma decisão de Champions League. E o time tem como sua principal esperança ninguém menos que Neymar. Mas não são só os franceses que vão torcer pela equipe da "Cidade Luz". Tem muito brasileiro de olho no que vai acontecer contra o Bayern de Munique.
O que vimos nas duas fases anteriores do torneio foi uma mobilização inacreditável em torno de Neymar. Entre hashtags nas redes sociais a brincadeiras com seu moicano e sua "caixinha" de som, o craque mobilizou muita gente. E jogou muita bola, tanto na virada contra a Atalanta quanto na vitória incontestável contra o RB Leipzig. Diferentemente de outras ocasiões, Ney resgatou um orgulho verde e amarelo esquecido há algum tempo. Sem vencer uma Copa do Mundo há tanto tempo num período em que os melhores jogadores do planeta sempre eram um argentino e um português, ele traz um pouco de nostalgia quanto aos nossos craques do passado recente e um pouco de esperança para o futuro. É a certeza de que ainda sabemos produzir grandes nomes para o futebol.
Dentro das quatro linhas, o camisa 10 da Seleção Brasileira sempre deu conta do recado. Nunca foi de se esconder, além de ter um dos currículos mais vitoriosos do futebol mundial. O que faltava era mais foco extracampo e, também, mais sorte com as lesões. Pouco (ou quase nada) se viu de Neymar nas fases mais decisivas para o PSG na Champions até 2020. Agora a história vem sendo diferente, e finalmente os brasileiros que amam futebol viram seu maior representante se tornar um dos protagonistas da narrativa da competição. A saudade disso era forte.
O papel do jogador mais caro da história é tão significativo que, mesmo num time recheado de brasileiros e numa decisão cujo adversário tem Philippe Coutinho como camisa 10, a expectativa tupiniquim recai quase que em absoluto nele. Todo o peso nas costas que teve em 2014 e em 2018 pelo Brasil agora virou mola propulsora de apoio nessa "mini Copa do Mundo" que se tornou a Champions pós-pausa.
Esperança de que, em 2022, com essa mentalidade - ganhando ou perdendo neste domingo - Neymar seja o nosso líder na busca pelo hexacampeonato no Catar. Talento, ele tem de sobra. Foco, agora vemos que também tem quando quer. Quem sabe a sorte não sorri um pouco para ele e para nós? Depende muito mais dele que de qualquer um. Por mais #NeyDays daqui pra frente. O Brasil está on.