Noite de pesadelo para gigantes paulistas prova que 'peso da camisa' é folclore
Por Nathália Almeida
Na última quarta-feira (4), três gigantes do Estado de São Paulo ficaram pelo caminho em torneios que tratavam como objetivos esportivos para suas respectivas temporadas: Corinthians e Santos se despediram da Copa do Brasil, ao passo que o São Paulo, com direito a uma reviravolta histórica, deu adeus à Copa Sul-Americana logo em sua estreia na competição.
As três eliminações não foram casuais, não foram fruto do 'azar': todas foram justas, ainda que haja debate/questionamento sobre o pênalti em favor do Coelho no jogo da volta contra o Timão. Em 180 minutos de confronto, Corinthians e Santos foram inferiores à Ceará e América-MG, não apenas em entrega e disposição, mas também (e principalmente) em organização coletiva e disciplina tática. O São Paulo, apesar da explosão ofensiva e dos lampejos de bom futebol contra o Lanús, pagou pelos erros individuais e pela dificuldade crônica de seu sistema defensivo, problema que acompanha o Tricolor desde o Estadual e que ainda não foi solucionado por Diniz.
Santos, São Paulo e Corinthians vivem realidades distintas na temporada 2020 e suas eliminações têm contextos e enredos diferentes, mas não é preciso ir muito longe para encontrar pontos de interseção/convergência entre eles: bastidores políticos turbulentos, instabilidade financeira e uma insistência quase arrogante em acreditar que camisa ganhará jogos. O futebol mudou, senhores, e não há mais espaço para esse tipo de 'folclore'.
Enquanto alguns gigantes do futebol brasileiro seguem estacionados no tempo - e isso não se manifesta só no Estado de São Paulo, veja os exemplos de Botafogo, Vasco e Cruzeiro -, clubes de pequeno/médio porte se organizam, equacionam suas finanças e competem. E como competem.