Nos pênaltis, América-MG elimina o Inter em pleno Beira-Rio e representa Minas Gerais na Copa do Brasil
Por Fabio Utz
Na hora do perto, a raça de um gigante apareceu. Mas não foi suficiente. Contrariando expectativas depois de uma derrota até certo ponto vexatória na partida ida, o Internacional por pouco não aplicou a remontada para cima do América-MG, nesta quarta-feira, na Copa do Brasil. A vitória por 3 a 1, não foi suficiente. E, nos pênaltis, o Coelho avançou às quartas de final.
Como curiosidade, esta foi a terceira vez que os dois times decidiram uma classificação no torneio de mata-mata através de penalidades. E o time de Belo Horizonte, que agora representa as Minas Gerais na competição - já que Atlético-MG e Cruzeiro foram eliminados - repetiu os feitos de 1998 e 2020, eliminando o adversário do Sul.
O duelo ficou marcado por algo incomum. Na decisão por pênaltis, vencida pelo América-MG por 5 a 4, houve duas intervenções do VAR. Em uma delas, Alemão repetiu a cobrança anteriormente defendida pelo goleiro, que se adiantou, e daí botou na rede. Mas Carlos De Pena, ao dar dois toques na bola em seu chute, viu o gol ser anulado. Assim, este acabou sendo o único tiro livre desperdiçado - e que custou a eliminação colorada.
O jogo
Por qual razão um clube do tamanho do Colorado precisaria da força das arquibancadas para ir adiante? A explicação é assim. O momento ainda é de retomada após uma sequência de maus resultados que por pouco não custou o cargo do técnico Mano Menezes. Além disso, apesar dos recentes triunfos na Libertadores e Copa do Brasil, a equipe vinha jogando pouco. Por fim, seria preciso superar uma série de desfalques - não havia, por exemplo, um articulador disponível com as baixas de Maurício e Alan Patrick.
E tudo isso, sim, parecia que ficaria para trás. Um Inter até então pouco agressivo deu lugar a um Inter de volume, empurrado por quem coloria o estádio de vermelho e branco. E o resultado, assim, foi sendo construído. Nico Hernández, em seu primeiro gol pelo clube, abriu o placar, na bola parada, logo aos 20 minutos. Aos 33, foi a vez de Igor Gomes fazer o seu na base da vontade. Por fim, já aos 47, Pedro Henrique quebrou um jejum de 18 partidas e, de pênalti, ampliou.
Os donos da casa, assim, foram para o vestiário com a classificação já encaminhada. Só que contra um Coelho abatido, a receita de seguir em cima na etapa final não foi seguida. Na volta do intervalo, o Inter se posicionou muito atrás, dando espaço para um rival que passou a empilhar centroavantes. É bem verdade que o contra-ataque estava desenhado, mas Vanderson e Renê perderam chances incríveis. E, neste cenário, com o preparo físico mais uma vez deixando a desejar, veio o filme repetido e um verdadeiro banho de água fria nos vermelhos. Aos 32 minutos, Juninho diminuiu o prejuízo em favor dos visitantes e, com o rival levado à exaustão, decretou que o duelo fosse para os pênaltis. Aí o América-MG foi perfeito e fez a festa em pleno Beira-Rio.