Novo "caso Luan"? Grêmio não pode olhar apenas para os números antes de decidir pela venda de Pepê

Buda Mendes/Getty Images
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A saída de Everton Cebolinha, em meados de 2020, garantiu a entrada em definitivo de Pepê no time titular do Grêmio. Menos de meio ano depois, o Tricolor já discute a provável venda do atacante para o mercado europeu. Se há momento certo para se desfazer de um atleta como este eu não sei, mas é fato que o clube precisa analisar variantes antes de tomar a decisão.

Em um passado não muito distante, a direção se lamentou de ter perdido o "timing" para negociar, por exemplo, Luan. O tempo passou, ele perdeu de valor de mercado e a consequente entrada no Velho Continente ficou prejudicada, tanto que a saída encontrada foi uma negociação com o Corinthians por um preço bem inferior ao inicialmente planejado para se arrecadar com quem decidiu uma Libertadores para a equipe.

Marcelo Hernandez/Getty Images

Porém, vejo agora algumas diferenças. O equilíbrio das contas azuis precisa dar à direção mais autonomia na relação com o grupo de jogadores. Do contrário, de nada adianta fazer um planejamento por resultados se todos ficam à mercê de um desejo pessoal. Não trancar a carreira de ninguém não significa deixar que a qualidade competitiva do elenco se esvaia por conta da entrada de alguns milhões de euros nos cofres.

ALEXANDRE SCHNEIDER/Getty Images

Outro ponto importante. Sempre que negociou suas estrelas nos últimos tempos, o Grêmio tinha uma reposição à altura. Agora, não é o caso. Mesmo que o presidente Romildo Bolzan Júnior exalte alguns nomes (Ferreira, Luiz Fernando, Guilherme Azevedo), não existe ninguém sequer perto de estar preparado para assumir tal responsabilidade. Ou seja, o prejuízo técnico ficaria notório. Isso sem contar que, ao contrário de Luan (que, repito, é o nome mais citado ao se falar sobre negócios que o clube deixou de fazer), Pepê não garantiu títulos de expressão com a camisa tricolor.

Eu, há poucos meses, não acreditava que o camisa 25 pudesse fazer sucesso. Hoje, me rendi a seu futebol. Mas não vejo motivo algum para querer romper relações ao menos neste momento, no qual o time está prestes a decidir uma Copa do Brasil, colocar um caneco a mais em sua galeria de troféus e, com mais dinheiro, até propor um plano de carreira a seu talento mais latente da atualidade. Passada essa final, daí sim a discussão pode, e deve, tomar outro rumo.

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