Números expressivos de audiência mostram que Copa do Nordeste merece maior valorização
Por Fabio Utz
A Copa do Nordeste é um exemplo de competição regional que deu muito certo. Organizada, com clássicos que acentuam a rivalidade local, ela naturalmente desperta o interesse do público. E os resultados de audiência de alguns jogos apenas comprovam esse sucesso. Pena que, nacionalmente, a valorização não se dá da forma como deveria.
No sábado passado, a transmissão do duelo entre Ceará e Fortaleza por parte da TV Jangadeiro (afiliada do SBT no Ceará), deixou a emissora como líder de audiência na Grande Fortaleza, com 22 pontos de média e picos de 26 - dados do UOL Esporte. Enquanto isso, a Globo, transmitindo o Se Joga e o Caldeirão do Huck, obteve apenas nove pontos. Na TV fechada, a Fox Sports foi líder no nicho homens adultos (entre 18 e 50 anos), considerado o principal entre os canais pagos. Uma semana antes, a competição já havia ficado em primeiro na preferência em Salvador, com a transmissão de Bahia x Vitória.
Dos times que disputam o torneio, quatro estão na primeira divisão do futebol brasileiro: Ceará, Fortaleza, Bahia e Sport. Ou seja, eles compõem um quarto da Série A. Muito embora não tenham a estrutura dos clubes considerados gigantes, possuem história, tradição. Isso sem contar o fato de, volta e meia, revelarem bons jogadores.
O país tem um costume de, no sábado à tarde, valorizar o entretenimento na televisão. Mas essa cultura, sim, pode mudar. Há um produto a ser explorado, há um produto a ser cultivado. E aquelas emissoras mais ligadas ao futebol precisam abrir os olhos para isso. Não quero nem entrar no tema "democratização do esporte". Desejo, sim, lembrar que, nos centros menos valorizados do Brasil, há futebol de boa qualidade. E esse futebol, como a paixão do povo, merece chegar com mais frequência às telas.
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