O caminho do Paris Saint-Germain até a final da Champions League

Paris Saint-Germain em Champions League. Ao longo dos últimas temporadas, isso foi sinônimo de frustração para torcedores, jogadores e dirigentes do clube. Ano após ano, os investimentos aumentavam e consequentemente também as ambições, mas o enredo europeu parecia ser sempre o mesmo: eliminação precoce com requintes de crueldade, fosse para o Barcelona ou para o Manchester United, duas das quedas que mais doeram no coração parisiense.

Antes da competição começar em 2019/20, poucos tiveram a coragem de dizer que este seria o ano do Paris, já que o retrospecto testemunhava contra o clube. Mas Neymar, Mbappé e companhia se mostraram obstinados a mudar essa história e conduziram o time à primeira decisão continental de sua história. Vamos relembrar o caminho do PSG até a grande final deste domingo?

Fase de grupos

O sorteio colocou o Paris no grupo A, chave com dois favoritos muito evidentes: além dele próprio, tínhamos o Real Madrid, treze vezes campeão europeu. Todos esperavam uma briga ferrenha entre eles pela primeira posição do grupo, com Galatasaray (TUR) e Club Brugge (BEL) despontando como totais coadjuvantes, inofensivos até.

A segunda parte da previsão se confirmou, já que turcos e belgas somaram apenas dois e três pontos, respectivamente. Mas o equilíbrio esperado entre PSG e Madrid não aconteceu: o time francês 'sobrou' com cinco vitórias e apenas um empate nos seis jogos disputados, retrospecto que lhe garantiu a segunda melhor campanha geral da primeira fase.

Foram 17 gols feitos em seis jogos, estatística que chama muita atenção. Mas a defesa parisiense também precisa ser destacada: foi a melhor da fase de grupos com apenas dois gols sofridos.

Jogos:
PSG 3 x 0 Real Madrid (18/09/19)
Galatasaray 0 x 1 PSG (01/10/19)
Club Brugge 0 x 5 PSG (22/10/19)
PSG 1 x 0 Club Brugge (06/11/19)
Real Madrid 2 x 2 PSG (26/11/19)
PSG 5 x 0 Galatasaray (11/12/19)

Oitavas de final

Por conta das festividades de final de ano e paralisação que algumas competições sofrem devido ao severo inverno na Europa, não tivemos bola rolando pela Champions entre dezembro/19 e fevereiro de 2020, quando as oitavas de final começaram.

No caminho do Paris, estaria um rival bastante qualificado, veloz e perigoso, o Borussia Dortmund. Campeão nos anos 90 e finalista em 2012/13 - quando foi derrotado pelo rival, Bayern de Munique -, o clube alemão certamente chegava ao duelo com mais 'cancha' de Champions que os franceses.

O primeiro jogo foi na Alemanha, em altíssimo nível e com inúmeras oportunidades claras para os dois times. Erling Haaland acabou sendo a estrela da noite, consolidando a vitória aurinegra por 2 a 1. Mas o golzinho único do time francês em Dortmund, anotado por Neymar, faria toda a diferença na eliminatória.

No dia 11 de março, no Parc des Princes, o Paris superou a desvantagem no marcador e a ausência de seu torcedor - a partida ocorreu sem presença de público, pois a pandemia de coronavírus já se alastrava globalmente -, e venceu por 2 a 0, superando o 'fantasma' das oitavas de final.

Quartas de final

A pandemia de coronavírus paralisou o calendário esportivo europeu e aumentou a ansiedade do torcedor parisiense quanto ao desenrolar da competição por parte de sua equipe. Os mais de três meses de hiato obrigaram uma mudança geral no formato da Champions, levada para uma sede fixa/neutra (Lisboa) e com confrontos decididos em jogo único.

Se as oitavas colocaram um rival tradicional no caminho parisiense, as quartas lhe trouxeram a grande surpresa da edição como adversário: a Atalanta. Jogando um futebol envolvente e muito ofensivo, o clube italiano fez história ao chegar ao mata-mata logo em sua primeira participação em Champions. Mas a 'história dos sonhos' dos estreantes pararia por aí.

Foi um jogo tenso e intenso, recheado de alternativas e marcado por um alto volume de chances criadas pelo Paris. Mas quem vencia o confronto era a Atalanta, até os 40' do segundo tempo, quando uma reviravolta histórica se deu: em uma blitz no apagar das luzes, com Neymar e Mbappé brilhando, o clube francês virou o jogo e se garantiu na semifinal.

Semifinal

Após um suado agregado de 3 a 2 nas oitavas e uma vitória de virada por 2 a 1 nos minutos finais das quartas, o torcedor do Paris implorava por um enredo menos sofrido nas semifinais. E para alívio deles, foi assim que aconteceu: um triunfo tranquilo e dominante sobre o surpreendente RB Leipzig, que havia eliminado Tottenham e Atlético de Madrid nas fases anteriores.

Foi a melhor atuação do Paris no mata-mata: dominou as ações do primeiro ao último minuto, não sofreu defensivamente e contou com um inspiradíssimo Di María, craque do jogo, para consolidar a vitória por 3 a 0.