Que fim levaram as 20 maiores promessas do futebol brasileiro na década passada
Por Breiller Pires
Há exatos 10 anos, a Placar publicava uma lista elencando as 20 maiores promessas do futebol brasileiro. Eu ainda trabalhava como repórter da revista e ajudei na apuração para levantar os nomes, que contou com consultas a dezenas de olheiros, técnicos e profissionais da base. Apesar de todo o esforço de reportagem, a maioria dos talentos escolhidos em nosso exercício de futurologia não vingou como se projetava naquela época.
Um dos poucos que emplacaram, embora tenha decepcionado em sua passagem pela Europa, hoje brilha vestindo a camisa do Flamengo. Saiba o que aconteceu com a carreira de cada um dos prodígios da década passada:
20. Yago
Quando estava no sub-17 do Vasco, chegou a ser comparado ao ex-atacante Dener. Integrou o elenco campeão carioca em 2015, mas teve pouca cancha no time principal. Rodou por países como EUA, Kuwait e Coreia do Sul e, neste ano, fechou com a URT para disputar o Campeonato Mineiro. Em 2019, levou um susto ao ser baleado no ombro quando passava férias no Espírito Santo, sua terra natal.
19. Glênio
Zagueiro técnico e de boa estatura, era frequentemente convocado para a seleção brasileira sub-15. Dispensado da base do Inter, só fez sua estreia no profissional pelo Cruzeiro-RS, mas logo encerrou a carreira por falta de oportunidades.
18. Mirray
Em alta na base tricolor, assinou contrato com multa rescisória de 30 milhões de reais. Porém, as seguidas lesões o impediram de vingar no São Paulo. Hoje, aos 27 anos, o meia acumula passagens sem brilho por times pequenos. Antes de fechar com o Gama para esta temporada, defendeu o Barretos na terceira divisão paulista.
17. Lorran
Volante canhoto, de rara habilidade, foi campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2011. Pelo Flamengo, subiu da base para o time principal por indicação de Vanderlei Luxemburgo, mas acabou se perdendo por indisciplinas e noitadas. Em 2018, foi baleado na perna ao pegar carona com um traficante. No ano seguinte, disputou o Catarinense pelo Hercílio Luz, seu último clube.
16. Lucas Farias
Apontado como o melhor lateral-direito de sua geração, era figurinha carimbada na seleção sub-15. Apesar de ser monitorado por grandes clubes ingleses, teve pouco espaço no São Paulo, de onde partiu para empréstimos como Boa Esporte e Náutico. Está sem clube desde a aventura pela USL, segunda liga dos EUA, em 2019.
15. Marlon Bica
Chegou à base do Internacional com apenas cinco anos. Capitão em todas as categorias, sagrou-se campeão sul-americano e mundial sub-17 pela seleção, em 2011, mas não teve chance na equipe principal colorada. Hoje defende o Comercial-MS.
14. Guido
Campeão da Copinha pelo Santos, não chegou a ser promovido para o time principal antes do vencimento do contrato, aos 22 anos. Ainda passou por Bahia e Juazeirense, onde encerrou a carreira nos gramados, em 2016. Virou engenheiro.
13. Bruno Sabiá
Irmão dos zagueiros Eli e Rodrigo Sabiá, Bruno era considerado o mais talentoso da família. Entretanto, as passagens pela base de Inter e Palmeiras não foram suficientes para projetá-lo ao estrelato. Acertou com o Marília para a disputa da Série A3 do Paulista este ano.
12. Romarinho
Não, não é aquele carrasco amado pelos corintianos… Visto como uma estrela precoce na base do Palmeiras, este Romarinho assinou seu primeiro contrato aos 13 anos, mas saiu do clube com fama de indisciplinado, sem estrear pelo time principal. Está sem jogar desde 2019, quando atuou pelo Atibaia.
11. Robert
Seu primeiro contrato com o Fluminense tinha multa rescisória avaliada em quase 200 milhões de reais. Após subir ao lado de Gerson e treinar com Fred, aceitou proposta para defender o Barcelona B. Sem brilhar na Catalunha, voltou ao Brasil de maneira discreta. No ano passado, jogou o Campeonato Carioca pelo Boavista - não entrou em nenhuma partida. Agora, aos 24 anos, foi contratado pela Portuguesa-RJ.
10. Lucas Severo
Foi alvo de disputa em Porto Alegre. O Grêmio acusou o rival Inter de aliciamento, após seu volante promissor ir parar na base colorada. No fim, Severo nem alcançou o time principal. O auge da carreira foi a disputa da segunda divisão gaúcha pelo Guarani, de Venâncio Aires.
9. Léo Bonatini
Centroavante de imposição física e presença de área, foi revelado pelo Cruzeiro e se destacou nas seleções de base. O bom desempenho no Goiás, em 2014, chamou a atenção do futebol europeu. Atua na segunda divisão suíça com a camisa do Grasshopper, emprestado pelo Wolverhampton.
8. Guilherme Costa
Surgiu como grande aposta da base vascaína, sob a esperança de traçar o mesmo caminho de Philippe Coutinho e Alex Teixeira. No entanto, aos 26 anos, após vários empréstimos para equipes menores, ainda não conseguiu se firmar em São Januário.
7. Mattheus Oliveira
Filho de Bebeto - aquele do nana-nenê que o ex-atacante embalou ao comemorar seu lendário gol contra a Holanda na campanha do tetra -, o meia pouco jogou pelo Flamengo, onde frequentava as seleções de base desde os 13 anos. Sem se firmar no futebol português, disputou o último Brasileirão pelo rebaixado Coritiba.
6. Victor Andrade
Aos 11 anos, participou do Mundialito de sua categoria pelo Benfica e terminou a competição como artilheiro. No ano seguinte, desembarcou na base do Santos. Por falta de sequência no profissional , foi recontratado pelo Benfica, mas pouco jogou na Europa. Hoje com 25 anos, fechou acordo para se transferir ao Suwon FC, da Coreia do Sul, depois de jogar o Brasileiro pelo Goiás.
5. Andrigo
Tido como a maior promessa do Beira-Rio após a saída de Oscar, o meia ambidestro não foi capaz de se provar no time principal do Inter. Com 25 anos recém-completados, vai para seu oitavo clube na carreira, com a missão de levar o Guarani de volta à primeira divisão nacional.
4. Jean Chera
Sob grande badalação no Santos, onde chegou a receber salário maior que o de Neymar na base, empacou na transição para o profissional. Foi emprestado para várias equipes e encerrou a carreira precocemente, aos 22 anos, no Sinop-MT. Agora tenta a sorte como jogador de e-sports.
3. Adryan
Natural de Bento Ribeiro, mesmo bairro que viu Ronaldo Fenômeno nascer, sofreu com as inúmeras comparações a Zico na base do Flamengo. O meia-atacante foi emprestado a times europeus, como Cagliari e Leeds, mas jamais emplacou com a camisa rubro-negra. Pertence ao Sion, da Suíça, e disputou a última Série B pelo Avaí, por empréstimo.
2. Lucas Piazon
Tratado como o “novo Kaká” na base do São Paulo, o atacante figurou praticamente em todas as categorias da seleção brasileira. Antes de subir à equipe principal tricolor, o Chelsea desembolsou 7,5 milhões de euros para contratá-lo. Sem espaço no time inglês, pelo qual disputou somente três jogos, acabou emprestado a diversos clubes, entre eles o Rio Ave, de Portugal. Foi lá que chamou a atenção do Braga, que o contratou em definitivo este ano.
1. Gabigol
Goleador na base do Santos, o atacante logo subiu para o time principal e ganhou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Apesar de não ter dado certo na Europa, onde passou por Inter de Milão e Benfica, se tornou um dos principais atacantes do país e o maior ídolo do Flamengo na atualidade.