Ode à paixão: Aritz Aduriz, símbolo de um povo, ídolo e também centroavante dos bons
Por Nathália Almeida
Na tarde da última quarta-feira (20), fãs e torcedores ao redor do mundo foram surpreendidos pelo repentino anúncio de aposentadoria de Aritz Aduriz, centroavante e grande referência do Athletic Bilbao. Aos 39 anos de idade, o camisa 20 abriu o coração ao comunicar a decisão, revelando que uma necessária cirurgia nos quadris foi o fator substancial para perceber que seu corpo estava dizendo 'chega'. Apesar de romantizada, a vida de um jogador profissional de alto rendimento é feita de dores e sacrifícios, que costumam 'cobrar o preço' depois do atleta pendurar as chuteiras.
Durante toda sua carreira profissional, Aduriz foi uma espécie de 'lenda anônima', por mais paradoxal que isso possa parecer. Quando falamos em LaLiga, naturalmente os grandes holofotes costumam ser direcionados aos gigantes Barcelona e Real Madrid, com Atlético de Madrid, Valencia e Sevilla como coadjuvantes de expressão. Ao Bilbao, apesar de seu passado glorioso e vitorioso, pouca badalação e poucos olhares curiosos do senso comum, deixando o camisa 20 em uma espécie de anonimato imerecido junto ao grande público.
Felizmente, do San Mamés ele recebeu todo o reconhecimento e ovações que merecia ainda em atividade. Ao longo das últimas sete temporadas, Aduriz viveu a melhor fase de sua carreira em nível de gols e assistências - balançou as redes 142 vezes entre 2012 e 2018 -, rasgando as fronteiras do tempo e contrariando a lógica de que os 30 anos de idade são o 'prazo de validade' para qualquer auge. Vestiu a camisa com enorme paixão, construiu uma bela história marcada pelo profissionalismo e dedicação, tornou-se símbolo junto à metade basca que veste alvirrubro e será lembrado como o grande ídolo contemporâneo do clube.
A despedida em meio ao calendário paralisado na Espanha não foi a que ele merecia ou a que a torcida do Athletic sonhava, mas seu último tento em LaLiga foi à altura de sua carreira: um golaço de bicicleta no minuto 44' do segundo tempo, contra o Barcelona, levando um efervescente San Mamés ao êxtase completo. Algo que Aritz se habituou a proporcionar dentro das quatro linhas.
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