Opinião: Botafogo desperdiça chances e deixa São Paulo confiante na Libertadores

  • Botafogo e São Paulo fizeram jogo cheio de alternâncias no Nilton Santos
  • Duelo Rio-São Paulo com capítulo final no MorumBIS empolga o Tricolor
Glorioso dominou o jogo, mas esbarrou na trave e no goleiro Rafael
Glorioso dominou o jogo, mas esbarrou na trave e no goleiro Rafael / MAURO PIMENTEL/GettyImages
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No jogo mais aguardado das quartas de final da Libertadores, Botafogo e São Paulo empataram sem gols nesta semana no Estádio Nilton Santos. O Alvinegro de General Severiano poderia ter construído uma vantagem importante, afinal foram mais de 20 finalizações contra apenas seis do rival, mas o Tricolor conseguiu deixar o Rio de Janeiro sem nenhum prejuízo no placar agregado.

A volta é na próxima quarta-feira (25), no MorumBIS, localizado na capital paulista. Em caso de novo empate a decisão da vaga será disputada nos pênaltis.

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Botafogo não conseguiu aproveitar superioridade do primeiro tempo / MAURO PIMENTEL/GettyImages

Botafogo falhou em converter volume de jogo em gols

O Glorioso conseguiu se impor diante do adversário e dominou completamente as ações no primeiro tempo com 23 finalizações ao todo, mesmo com a posse de bola em níveis semelhantes. Utilizando-se de marcação alta e poucos toques na bola, a equipe de Artur Jorge conseguiu envolver os comandados de Luís Zubeldía, que apostou no reforço da proteção defensiva com três zagueiros e um jovem atacante de velocidade para as transições defensivas.

Recém-contratado, o lateral Vitinho foi um dos principais destaques do primeiro tempo ao jogar avançado, sendo mais participativo nas fases de ataque, apresentando melhor entrosamento com Luiz Henrique. Além disso, o argentino Thiago Almada e o venezuelano Savarino se apresentaram muito na intermediária e conseguiram dominar o meio-campo durante o primeiro tempo, sendo efetivos também no perde-pressiona.

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Luiz Gustavo e Thiago Almada protagonizaram lances de perigo / MAURO PIMENTEL/GettyImages

Diante deste cenário, o Botafogo conseguiu uma imposição física e técnica notável diante do São Paulo, que apostou em uma escalação no sistema 5-4-1 buscando travar o adversário, estratégia que não deu certo apesar da presença de William Gomes. Contudo, faltou pontaria para o alvinegro, que não conseguiu traduzir as chances criadas em chutes no alvo.

São Paulo resistiu pressão e melhorou após mudanças

Considerando a extrema intensidade do primeiro tempo e a competência da comissão técnica de Zubeldía, esperava-se que o clube carioca não conseguisse repetir a mesma imposição durante o 2º tempo. Nos 45 minutos finais, o time acabou prejudicado pelo esgotamento físico e pela mudança de estratégia adversária.

O São Paulo optou pela entrada de Wellington Rato no lugar de Rafinha, improvisando Alan Franco na lateral-direita para retomar com a linha de quatro defensores, possibilitando linhas mais altas e uma melhora considerável no desempenho. A situação melhorou definitivamente quando Alan Franco deixou o campo para a entrada de Ferraresi (improvisado como lateral-direito), Lucas e William Gomes também foram substituídos.

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São Paulo teve as melhores chances após saída de Lucas / MAURO PIMENTEL/GettyImages

Por outro lado, o Alvinegro demonstrou falta de concentração em diversos momentos e o goleiro John precisou fazer defesas importantes. Falhas técnicas e desarmes constantes também foram a tônica do alvinegro na etapa complementar, que viu o Tricolor ter a melhor chance do jogo com Calleri desperdiçando livre na grande área após cruzamento de Michel Araújo.

Artur Jorge tentou reverter a situação antes do apito final com a entrada de TIquinho Soares, mas o camisa 9 não conseguiu construir nenhuma chance de real perigo.

Confronto muito aberto

Apesar da igualdade sem gols no placar, as entrevistas pós-jogo demonstraram a frustração dos atletas e comissão técnica alvinegra com as oportunidades perdidas, enquanto a equipe são-paulina "celebrou” o fato de ter conseguido resistir à pressão no Rio de Janeiro. O atual líder do Brasileirão possui superioridade técnica em relação ao adversário, mas o ambiente na casa do rival e a tradição do tricampeão continental deixaram tudo mais equilibrado.

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Tricolor pareceu satisfeito com empate fora de casa e saiu sem sofrer gols pelo terceiro jogo seguido / MAURO PIMENTEL/GettyImages

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