Os títulos de Dedé, que anunciou aposentadoria do futebol aos 35 anos
- Ex-zagueiro passou por clubes como Athletico-PR, Cruzeiro e Vasco
- Último jogo dele foi em maio de 2022, pela Copa do Brasil
Por Bia Palumbo
Multicampeão no Cruzeiro, o agora ex-zagueiro Dedé encerrou a carreira como jogador de futebol ao publicar uma mensagem nas redes sociais nesta terça-feira (4).
Revelado no Volta Redonda, Dedé foi contratado pelo Vasco e lá foi campeão da Série B (2009) e Copa do Brasil (2011). A melhor fase da carreira foi no Cruzeiro, onde levantou sete troféus (Brasileirão em 2013 e 2014, Campeonato Mineiro em 2014, 2018 e 2019, Copa do Brasil em 2017 e 2018).
Ele conviveu com problemas físicos, inclusive passou por cirurgias no joelho direito, e quando deixou BH ainda passou por Ponte Preta e Athletico-PR, mas não conseguiu sequência. Ele entrou em campo pela última vez em 10 de maio de 2022, quando atuou na goleada do Furacão sobre o Tocantinópolis por 4 a 0, em Curitiba, pela terceira fase da Copa do Brasil.
Confira a íntegra da "despedida" de Dedé
"Pois é, amigos, seguidores, torcedores e pessoas que sequer conheço e torceram muito por mim durante todos estes anos. Sei que este momento, para muitos atletas, é um dos mais difíceis de toda a vida, mas confesso que estou encarando com muita maturidade, consciência e tranquilidade.
Amadureci esta ideia por muitos meses. Pensei, refleti e entendi que era o momento de agradecer, sempre, e, por respeito a todos que acompanharam minha carreira, a ascensão, os muitos títulos, conquistas, premiações pessoais, reconhecimento, sucessos, batalhas, dificuldades, superação, lesões, incompreensão e dezenas de páginas com um linda história, tinha obrigação de comunicar que hoje, aos 35 anos, com este novo ciclo iniciado no último sábado, anuncio, oficialmente, o final da minha trajetória no futebol.
Como já disse, só tenho o que agradecer. Foram incontáveis momentos de felicidade, ao lado de pessoas que trabalhei, convivi e comemorei muito. Momentos ruins? Claro que tiveram, mas temos que agradecer a Deus por eles também. São nos momentos ruins que crescemos como pessoa, que fortalecemos nossa armadura. Mas, sem nenhuma dúvida, o futebol me reservou, infinitamente, mais momentos inesquecíveis para comemorar!
Não quero entrar em detalhe de cada título ou de cada conquista. Foram muitos, graças Deus! De cada atleta ou profissional que esteve ao meu lado, mas quero agradecer, agradecer e agradecer a todos! Agradeço a Deus, a minha amada Nossa Senhora Aparecida, a minha família, que caminhou sempre comigo, desde o comecinho. Agradeço aos amigos de infância, aos que fiz no futebol, aos profissionais que me cercaram e me ajudaram muito, mas muito mesmo. São centenas de pessoas especiais. A muitos profissionais da imprensa. Embora movidos pela imparcialidade, como tem que ser, recebia mensagens de apoio de muitos jornalistas, nos momentos mais difíceis. Não esqueço nenhum apoio, de nenhuma parte.
Tranquilo estou, mas despedidas emocionam. Não é fácil, não. Quantos lances não me saem da memória. Quantos troféus levantados, quantas voltas olímpicas, quantas vitórias, gols, treinos, entrevistas, derrotas, cirurgias, recuperação, dor, alívio. Foram tantas marcas e impressões. Vontade de desistir por diversas vezes, mas uma força me fez caminhar até o limite e cheguei até aqui...
Estou bem, saudável, feliz e, mais importante de tudo, com uma família maravilhosa constituída. Esse é o maior título de todos. Obrigado, Patrícia, pelos meus dois maiores presentes. Obrigado Gabriel e Sophia, por existirem. Obrigado mãe, obrigado pai, obrigado irmão, obrigado irmã.
Os clubes não posso deixar de citar. O Volta Redonda que me deu a primeira oportunidade, o Vasco que me abriu as portas e a torcida maravilhosa que transformou em mito. Como amo esta torcida. Mito que, quem convive comigo sabe, nunca me considerei. O Cruzeiro. Ah, meu Cruzeiro querido! Ali, foram páginas heroicas imortais. Quanta felicidade, quantos títulos importantes e muitas lesões também. Tentei muito superar, mas só eu sei o quanto foi difícil. Sucessivas cirurgias que acabaram interferindo no rendimento de alto nível.
Também agradecer aos clubes que passei de uma forma discreta, mas me deram oportunidades no final da carreira, como a Ponte e o Athletico.
E, claro, ter tido a honra de defender a Seleção Brasileira. Acredito, sim, que acabei ficando de fora de duas Copas, pelas lesões, mas Deus sabe de tudo. Não era para ser.
Já faz uns meses que havia decidido, mas agora torno pública essa despedida.
Vou curtir meus filhos, família, o futevolei, sem dor; o futebol, sem peso; os amigos, sem pressa.
Fui um profissional pé no chão. O dinheiro jamais me subiu a cabeça. Por isso, encerro a carreira com minha vida planejada, tranquila como deve ser, e resolvida.
De novo, obrigado a todos, por tudo. Obrigado a tudo, por todos. Obrigado, futebol!"