Palmeiras rebate CBF e reforça críticas à arbitragem brasileira

  • Substituto de Abel Ferreira no último jogo, auxiliar técnico João Martins reclamou após o empate diante do Athletico-PR
  • CBF alega xenofobia por parte do português
Confederação emitiu um comunicado criticando as falas do auxiliar de Abel Ferreira
Confederação emitiu um comunicado criticando as falas do auxiliar de Abel Ferreira / Ricardo Moreira/GettyImages
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Após a nota oficial emitida pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) criticando o auxiliar João Martins e insinuando levá-lo ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o Palmeiras não ficou em silêncio. O clube divulgou uma resposta contundente, reiterando suas críticas à arbitragem e questionando a postura da entidade.

Em comunicado, o Verdão não apenas defendeu João Martins, mas também listou uma série de questionamentos à CBF. O clube expressou sua indignação diante do que considera "erros graves e recorrentes da arbitragem" e ressaltou que outras pessoas fizeram comentários semelhantes sem serem mencionadas na nota da CBF.

"Diante da nota oficial divulgada pela CBF e dos reiterados erros graves cometidos contra o Palmeiras, entendemos ser este o momento oportuno de demonstrar, em público, a nossa indignação. Não queremos ser beneficiados, mas exigimos que as regras sejam aplicadas com isonomia."

Nota oficial do Palmeiras

Em coletiva de imprensa após o empate com o Athletico-PR por 2 a 2 nesse domingo (2), o auxiliar português fez duas críticas a arbitragem e declarou que é "ruim para o sistema o Palmeiras ganhar duas vezes" o campeonato. A entidade máxima do futebol brasileiro entendeu que as declarações foram um festival de grosserias e também uma tentativa xenofóbica de diminuir o Brasileirão fora do país.

Sobre a possibilidade de João Martins ser julgado pelo STJD, o Palmeiras demonstrou confiança de que o órgão fará um julgamento equilibrado e imparcial, garantindo a oportunidade de defesa do auxiliar.

Confira a nota completa do Palmeiras:

"Diante da agressiva nota oficial divulgada nesta segunda-feira (3) pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Sociedade Esportiva Palmeiras propõe alguns questionamentos, sempre no sentido de defender os direitos do clube e contribuir com a melhora do produto futebol:

– Por que o comunicado da CBF é endereçado exclusivamente ao Palmeiras, sendo que profissionais de outra equipe da Série A fizeram, também ontem, comentários semelhantes aos do auxiliar técnico João Martins?

– Por que a opinião de um profissional português sobre o futebol brasileiro causou tanto desconforto à CBF se a própria entidade, como é de conhecimento público, busca um treinador estrangeiro para comandar a Seleção Brasileira?

– Qual teria sido a conduta “xenofóbica” de João Martins? Elogiar a qualidade dos jogadores brasileiros?

– Se a gestão da Comissão de Arbitragem investe tanto assim em tecnologia, por que o nosso VAR é incapaz de apontar objetivamente se uma bola ultrapassou ou não a linha de gol, como aconteceu no recente duelo entre Palmeiras e Bahia, pelo Brasileiro?

– Por que o atleta Zé Ivaldo, do Athletico-PR, não foi expulso ontem, após acertar uma cotovelada na nuca do atacante Endrick, em lance revisado pelo VAR?

– Por que no jogo entre Palmeiras e São Paulo, pela Copa do Brasil de 2022, o VAR não traçou a linha de impedimento no lance que originou o gol do nosso adversário e que nos custou a eliminação? Por que a imagem da revisão desta jogada sumiu?

– Por que a Comissão de Arbitragem da CBF, presidida por Wilson Seneme, nunca pediu desculpas ao Palmeiras pelo erro grave cometido pelo VAR na Copa do Brasil do ano passado?

– Por que o Palmeiras, na rodada seguinte após a mais recente Data Fifa, não pôde contar com nenhum de seus três atletas convocados para a Seleção Brasileira?

A Sociedade Esportiva Palmeiras, ao longo dos anos, sempre se preocupou em construir uma relação de saudável parceria com a Confederação Brasileira de Futebol. Há cerca de três semanas, a presidente Leila Pereira esteve na sede da entidade, no Rio de Janeiro (RJ), para conversar com Wilson Seneme, de quem ouviu a promessa de melhorias imediatas na arbitragem.

Na semana seguinte, o vice-presidente da Comissão de Arbitragem, Emerson Carvalho, e o gerente técnico do VAR, Periclés Bassols, chegaram a realizar uma palestra para os profissionais do clube na Academia de Futebol, também com a presença da presidente Leila Pereira.

Contudo, diante da nota oficial divulgada pela CBF e dos reiterados erros graves cometidos contra o Palmeiras, entendemos ser este o momento oportuno de demonstrar, em público, a nossa indignação. Não queremos ser beneficiados, mas exigimos que as regras sejam aplicadas com isonomia.

Confiamos na independência do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), evocado pela CBF, e temos convicção de que o órgão dará ao auxiliar João Martins o tratamento equilibrado que lhe compete".