Paris 2024: Comitê Olímpico dispensa duas auxiliares do Canadá após caso de espionagem
- Comitê Olímpico Canadense dispensou profissionais envolvidos no caso de espionagem
- Fifa informou que o caso será submetido à apreciação do Comitê Disciplinar nos próximos dias
Por Izabelle França
O futebol olímpico feminino começou com um escândalo protagonizado por membros da delegação do Canadá. A Nova Zelândia informou que os seus treinos foram suspensos após terem flagrado um drone enviado pelas canadenses para espionar as atividades da equipe da Oceania. O equipamento era operado por Joseph Lombardi, analista que reportava os acontecimentos para a auxiliar-técnica Jasmine Mander.
A descoberta aconteceu através da investigação das autoridades francesas. Em situação delicada, o Comitê Olímpico Canadense (COC) também descobriu outras duas tentativas de espionagem. Como consequência, a entidade anunciou que a dupla foi expulsa dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Em nota, também explicaram que Lombardi era uma "analista não-credenciada" da seleção e pediu desculpas pelo ocorrido.
"O Comitê Olímpico Canadense foi informado de que um membro não credenciado da equipe de apoio do Canada Soccer foi detido pelas autoridades francesas em Saint-Étienne após uma denúncia do futebol neozelandês em 22 de julho. Acredita-se que o funcionário tenha usado um drone para gravar a seleção feminina de futebol da Nova Zelândia durante o treino. O Comitê Olímpico Canadense defende o jogo limpo e estamos chocados e decepcionados. Apresentamos nossas sinceras desculpas ao futebol neozelandês, a todos os jogadores afetados e ao Comitê Olímpico da Nova Zelândia."
- Nota do Comitê Olímpico Canadense (COC).
O Canadá encara a Nova Zelândia nesta quinta-feira (24), às 12h (horário de Brasília), pela primeira rodada do Grupo A. Apesar de não ter sido acusada, a técnica Bev Priestman disse que possui “participação indireta”. Como um pedido de desculpas, ficaria de fora da partida de estreia.
"Eu quero me desculpar com as jogadoras e a comissão técnica da Nova Zelândia. Isso não representa os valores que nosso time acredita. No final, eu sou a responsável por conduzir nosso programa. Por isso, decidi voluntariamente sair como técnica do jogo desta quinta-feira."
- Bev Priestman, treinadora do Canadá.
Nova Zelândia cobra providências
O Comitê Olímpico da Nova Zelândia pediu para que o Comitê Olímpico Internacional tome providências contra a seleção canadense, que é a atual campeã do torneio.
"O Comitê Olímpico da Nova Zelândia e o futebol neozelandês estão empenhados em defender a integridade e a justiça dos Jogos Olímpicos e estão profundamente chocados e desapontados com este incidente, que ocorreu apenas três dias antes de as duas equipas se enfrentarem no jogo de abertura de Paris 2024."
- Nota do Comitê Olímpico da Nova Zelândia
Com toda a repercussão, a Fifa também informou que abriu uma investigação sobre o caso. Segundo a nota da entidade máxima do futebol, o processo disciplinar contra o Canadá será "será submetido à apreciação do Comitê Disciplinar nos próximos dias".
"O Comitê Disciplinar da Fifa abriu um processo contra a Canada Soccer, a Sra. Beverly Priestman, a Sra. Joseph Lombardi e a Sra. Jasmine Mander devido à potencial violação do artigo 13 do Código Disciplinar da Fifa e do artigo 6.1 do Regulamento dos Torneios Olímpicos de Futebol Jogos da XXXIII Olimpíada Paris 2024 - Competição Final, após incidentes envolvendo um membro não credenciado da delegação canadense no Torneio Olímpico de Futebol Feminino , que se acredita ter usado um drone para gravar a seleção feminina de futebol da Nova Zelândia. O assunto será submetido à apreciação do Comitê Disciplinar nos próximos dias", informou a Fifa.