Partidas do Paulistão e do Gauchão de 2023 foram denunciados por fraude, afirma promotor

Os confrontos foram válidas pela fase de classificação dos torneios
Os confrontos foram válidas pela fase de classificação dos torneios / Eurasia Sport Images/GettyImages
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Fernando Cesconetto, promotor do Ministério Público de Goiás (MP-GO), prestou depoimento nesta terça-feira (30) na CPI da Manipulação no Futebol. Segundo ele, partidas do Paulistão e do Gauchão de 2023 foram denunciados por fraude.

"No Campeonato Paulista e Gaúcho, as partidas denunciadas são na fase de classificação. As partidas são específicas, embora sejam penalmente relevantes, não afetaram a competição de maneira generalizada, nem o resultado de quem deveria ou não ser campeão."

Fernando Cesconetto, promotor do MP-GO

Ao todo foram quatro jogos, dois em cada competição. Em um dos confrontos do Campeonato Paulista, o jogador abordado pelo apostador recusou a proposta de participar do esquema, segundo declaração do promotor.

Além disso, há também indícios de manipulação de resultados em outros estaduais. Não há indicativos que dirigentes e clubes e casas de apostas estejam envolvidos. "Há materiais referentes a atletas, um especial que atua na Major League Soccer (principal campeonato dos Estados Unidos). Nosso foco é de 2022 em diante", disse Cesconetto.

"Os apostadores não atuavam de forma isolada. Um jogo manipulado não traria lucro para ter o retorno dessa aposta. Então, eles procuram fazer apostas múltiplas com mais jogadores, para aumentar o seu lucro. E, assim, casar apostas naquela rodada para aumentar o lucro, que se chega a R$ 1 milhão, R$ 2 milhões de lucro para os apostadores"

Fernando Cesconetto, promotor do MP-GO

Nessa segunda-feira (29), o meio-campista Romário, ex-Vila Nova, foi banido do futebol por envolvimento em esquema de manipulação de resultados investigado pela Operação Penalidade Máxima. A decisão foi tomada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e cabe recurso.

Além da exclusão dos gramados, o jogador terá que pagar uma multa avaliada em R$ 25 mil. Ele é visto pela investigação como o principal pivô do esquema, aliciando outros atletas para cometer o crime.