Em carta aberta, Paulinho exalta história do Vasco: “Precisa ser respeitada. Não aceito que falem mal”
Por Breiller Pires
Atacante do Bayer Leverkusen e da seleção olímpica, Paulinho não esquece de suas raízes. Numa emotiva carta ao The Players' Tribune, em que relembra o início da carreira no futsal, o jogador fez questão de reverenciar o Vasco da Gama, onde foi revelado e se tornou o primeiro nascido nos anos 2000 a marcar um gol no Campeonato Brasileiro.
“Joguei menos de um ano pelo time principal antes de me transferir para o Bayer Leverkusen. Apesar do pouco tempo como profissional, passei metade da minha vida ali dentro. Tem muitos atletas que vão jogar lá e não sabem o que é o Vasco. Não sabem da história, muito menos por que a torcida é tão apaixonada, mesmo com o time enfrentando dificuldades”, escreveu a cria vascaína.
Paulinho também exalta a história do clube, remetendo aos tempos da Resposta Histórica e da luta contra o racismo, além de elogiar o colégio destinado às categorias de base em que estudou no período de formação em São Januário.
“O Colégio do Vasco da Gama, então, merece um capítulo à parte. É onde a gente aprende o que faz dessa instituição tão especial. O Vasco é o clube que cresceu por acolher a diversidade e aceitar as diferenças. Eu me identifico plenamente com esses valores”, afirma.
Figurinha carimbada nas seleções de base, o jogador ainda contou que jamais engoliu zoações dos colegas pelo fato do clube ter sido rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro.
"Na época de seleção de base, a galera pegava no meu pé porque o clube estava na segunda divisão. E eu comprava briga, sempre. Não aceito que ninguém fale mal do Vasco na minha frente. A história do clube é muito bonita, precisa ser respeitada."
- Paulinho, ao The Players' Tribune
Por fim, o atacante ainda recordou de sua primeira partida como titular com a camisa cruzmaltina, em que marcou dois gols diante do Atlético-MG, no Independência. Ele revela que estava ansioso antes da partida, mas os conselhos do então capitão da equipe ajudaram a acalmá-lo.
“O goleiro Martín Silva me ajudou a controlar a ansiedade. Ele sentou comigo no vestiário antes do jogo e disse pra eu jogar solto. Até hoje, eu me lembro exatamente das palavras dele: ‘Vai pra cima dos laterais! Não tenha medo dos zagueiros. Aproveita o momento. Se a gente perder, a responsabilidade é toda nossa, dos mais velhos, não sua’. Pô, essa conversa me tirou um peso das costas. Entrei em campo tranquilo para mostrar o que eu sabia.”