Pelé x Messi 643: é justo ou não o critério de ‘gol em partidas oficiais’? Dupla vai além dos números
Por Antonio Mota
Embora o Barcelona tenha apenas empatado (2 a 2) com o Valencia, no Camp Nou, no início da tarde do último sábado (19), pela 14ª rodada da La Liga 2020/21, Lionel Messi alcançou mais uma marca histórica. Ao balançar as redes, o camisa 10 culé chegou aos 643 gols com a camisa do Barça em jogos oficiais e igualou recorde do Rei Pelé com o manto do Santos. Agora, os dois são os maiores artilheiros por um mesmo clube – considerando apenas os números em partidas oficiais, ou seja, sem incluir os feitos em amistosos e torneios não-oficiais.
O marco – ou melhor, a restrição aos “gols em partidas oficiais” – dividiu opiniões nas redes sociais: uns apenas parabenizaram o craque argentino pelo recorde, enquanto outros, mesmo reconhecendo a conquista do gênio do Barcelona, entenderam que a desconsideração dos números em amistosos e jogos não-oficiais como um apagamento histórico dos feitos do eterno ídolo do Santos ou ainda que há uma leitura eurocentrista por trás dos dados.
A partir daí, é possível levantar vários questionamentos, como, por exemplo, se o critério de “gol em jogos oficiais” é justo ou não, se há uma denotação de eurocentrismo nessa leitura, se o futebol contemporâneo ignora parte – e qual parte – de sua história e por aí vai.
Bom, no todo, (quase) sempre há uma tendência a colocar a Europa como o “centro do mundo”, e de fato existem muitos conflitos entre o futebol contemporâneo e o ‘passado’, mas o fato é que não há como não implementar novos critérios nesta era moderno do esporte. E aí vem o outro lado: o quanto isso impacta no tamanho de Pelé e de vários outros craques do passado? Pouco, mesmo que uma parcela das novas gerações insista em ignorar a história.
E isso fica transparente no texto de parabenização de Pelé para Messi:
Pelé é gigante e, assim como Lionel Messi, está acima dos números – independentemente do que eles indiquem. E é sempre válido destacar que o futebol de hoje só existe – seja por aspectos físicos, táticos ou técnicos – pelos seus feitos, e que os ‘Messis’ e ‘Ronaldos’ da atualidade só existem por conta do que o camisa 10 do Santos fez há muitas décadas. Portanto, os critérios são necessários e marcas serão alcançadas e quebradas, mas nada vai apagar (ou diminuir) o que fez o ícone do país verde e amarelo.
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