Perdeu, Playboy
Por Fabio Sá
Perdeu, Playboy.
Perdeu o jogo.
Perdeu 10 milhões de reais.
Perdeu mais um porrilhão de milhões de reais de outras fases.
Perdeu um gol na cara com o goleiro deitado.
Perdeu o craque do time por duas mariolas para um time pequeno. Craque esse que, ontem, decidiu que não precisava jogar - eu, vendido, meter o pé em dividida, é ruim hein?
Perdeu dois pênaltis mal batidos (duvido que treinaram pênatlis).
Perdeu a bola num lance absolutamente infantil que resultou numa falta perigosíssima e num vermelho estúpido (falta essa que o juiz não deu pênalti porque não quis - na Libertadores, fora de casa, já vi pênaltis serem dados 5 metros antes disso). E o cara ainda quer jogar a Copa do Mundo. Alô, Tigres! Não quer tentar de novo?!
Perdeu o respeito da torcida.
Perdeu a receita de três jogos em casa com Maracanã cheio na fase de grupos.
Perdeu a receita de trocentas camisas vendidas.
Perdeu o tesão de jogadores experientes, que não vão ter a mesma vontade numa temporada sem Libertadores.
Perdeu o respeito da mídia internacional, depois de uma demonstração de absoluta covardia.
Perdeu a chance de jogar futebol.
Perdeu a vergonha na cara fazendo cera desde os 15 minutos de jogo. Em todos os lances. Em todos os laterais e tiros de meta. Ridículo.
Perdeu a chance de mandar o Abel embora depois da primeira demonstração de total covardia no jogo de ida contra o Millonarios.
Perdeu isso tudo, além da minha paciência e a de tantos mais, no minuto em que, no vestiário, foi decidido que a "estratégia" de jogo seria jogar 90 minutos atrás da linha da bola.
Do Paraguai.
Não era o Real Madrid galáctico, da Espanha, do Benzema, nem muito menos aquele do Zidane. Era o Olimpia. Do Paraguai. De uma meia dúzia de pernas de pau que ninguém nunca ouviu falar - ah, beleza, de um dublê de Oswaldo que foi mandado embora do Santos. Craque!
Era o Olimpia, do Paraguai, e jogamos como jogamos. Ou não jogamos.
Não me interessa se foi ou se não foi mão.
Deveríamos ter tido pelo menos 5, 8, 17 chances claras de gol. Mas não. É capaz de nem termos passado do meio de campo 5, ou 8 vezes - e com certeza não passamos 17 vezes. Nojento.
Por um momento, pensei estar vendo jogar (?) um time do Roger Machado. Mas não. Era o time do Abel. O time do super recorde, absoluto nos clássicos, destruidor de Resendes. Quanta ingenuidade. Quanta cegueira.
Só não viu quem não quis ver. Mas bastou o Olimpia (sim, do Paraguai!) para estapear a nossa cara com a única verdade do futebol: você pode se esconder do jogo por um, dois, 13 jogos... mas um dia aparece alguém que quer jogar e quer ganhar... e aí, você, covarde, vai perder. E vai jogar a temporada fora, junto com mais de uma centena de milhões de reais em premiações, bilheteria, patrocínio, venda de jogadores, pay per view.
Podem ir se preparando para uma temporada de m... e para mais pelo menos umas 2-3 vendas de Xerém a preço de banana. André, Martinelli, Calegari? Esquece - pelo menos dois desses não chegam a dezembro. Porque o presidente precisa fazer caixa e, já que o presidente contrata técnico atrás de técnico covarde que não gosta de jogar futebol, o presidente só faz caixa vendendo nossa base por duas mariolas cada (quando não é por zero mariolas, porque ele gosta dessas transações "mágicas", pergunta pro Scarpa, pro Miguel e pro Marcos Paulo).
Perdeu, playboy.
Perdeu feio.
Saudações Tricolores