Pia Sundhage comenta novo papel de Marta na Seleção: 'Depende do que ela quer'
Por Lucas Humberto
Ainda movendo suas primeiras peças neste novo ciclo, Pia Sundhage teve bom início ao vencer a Argentina, por 3 a 1, no primeiro dos dois amistosos programados contra o velho conhecido adversário sul-americano. Entre os principais objetivos da treinadora está enfrentar seleções mais fortes visando tornar a Canarinho mais preparada para os próximos compromissos: Copa América de 2022, Copa do Mundo 2023 e Jogos Olímpicos 2024.
Em entrevista ao Esporte Espetacular, a técnica falou sobre vários assuntos, incluindo a presença de Marta nos trabalhos futuros. Com relação ao tópico, Pia foi categórica ao responder se a rainha estará presente: "Eu espero! Mas é tudo questão de ela ter paixão e realmente querer". A sueca ainda completou: "Se estiver disposta a continuar a amar o jogo com toda paixão, ela pode ter um grande papel. Ela não é mais tão veloz, gostaria de vê-la mais perto do gol, mas depende do que ela quer".
Sobre o questionado posicionamento da seis vezes melhor do mundo nas Olimpíadas de Tóquio, a comandante explicou: "A jogadora sabe qual função desempenha melhor. E na Olimpíada talvez jogar mais perto do gol fosse melhor pra ela, mas não para time. E eu devo trazer a melhor resposta do time, então se você olhar para as nossas atacantes, ainda acho que foi a melhor solução nas quartas de final".
Ainda testando novas possibilidades, inclusive convocando rostos inéditos para a seleção, Pia planeja mudanças. Mas, afinal de contas, Marta ainda será referência no grupo? A treinadora respondeu: "Novas jogadoras podem mudar a dinâmica, mudar um pouco do estilo, e dependendo de quão boas forem as jogadoras mais jovens, elas podem aumentar o nível e aí não precisaríamos depender da Marta. Nas Olimpíadas de 2008 eu treinava a equipe adversária do Brasil e posso te dizer o quão importante ela era no time. Ela não tem mais aquele papel".
Por fim, Sundhage destacou a importância do torneio doméstico na formação de jovens promissoras: "Olhe para o Brasileiro. Há momentos muito bons de algumas jogadoras, talvez não os 90 minutos, mas aos poucos algumas estão mostrando que subiram de nível. O trabalho da minha equipe é encontrar essas jogadoras, principalmente do sub-20, que possam dar esse passo. Se pegarmos uma jogadora nova que acredite na nossa forma de jogar, eu acho que aí ela pode ser grande", ressaltou.