Pia Sundhage fala sobre seu maior desafio no futebol brasileiro feminino

Sweden v South Africa: Women's Football - Olympics: Day -2
Sweden v South Africa: Women's Football - Olympics: Day -2 / Shaun Botterill/Getty Images
facebooktwitterreddit

Pia Sundhage é a atual treinadora da Seleção Brasileira de futebol feminino. O trabalho e desenvolvimento da ‘gringa’ no Brasil é visto com bons olhos, que nos trazem esperança pelo reconhecimento e valorização da modalidade feminina no país.



A ex-jogadora e agora técnica tem um currículo de peso. A sueca já comandou a Seleção Estadunidense, conquistado duas medalhas de ouro (Pequim, em 2008 e Londres, em 2012) e uma prata com a Suécia, nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.



Em entrevista ao site Inside Futbol, Pia falou sobre a diferença entre o futebol feminino na Suécia e no Brasil, uma vez que, o país europeu possui 10 milhões de habitantes e 200.000 jogadoras, enquanto o Brasil apresenta 200 milhões de habitantes e apenas cerca de 15.000 jogadores de futebol.



“É um novo país. Essa é uma das minhas perguntas: você tem um país onde todo mundo adora futebol e, portanto, deve haver muito mais meninas e mulheres jogando futebol. A CBF está tentando mudar a atitude. Não se trata apenas de ganhar uma medalha de ouro. É uma afirmação dizer que o futebol feminino é importante. Demora um pouco para mudar a atitude. Um processo de reconhecimento precisa ser implementado e isso também leva tempo. Encontramos praticamente todas as jogadores na Suécia. Quando pudermos fazer isso, será interessante ver quantos jogadores boas temos no Brasil”.

England Women v Brazil Women - International Friendly
England Women v Brazil Women - International Friendly / Ian MacNicol/Getty Images



A atual técnica do Brasil também falou sobre o adiantamento das Olimpíadas de Tóquio e futuras mudanças na equipe brasileira.



“Formiga completou 42 anos. Marta tem mais de 30. Cristiane tem 35. É claro que tudo depende da motivação delas. Conversando com cada uma, parece que elas estão ainda mais motivadas. Nenhuma quer se aposentar do jogo por causa do coronavírus. Teremos tempo e chances de encontrar novas jogadoras. Eventualmente, precisamos mudar a equipe. Eles são ‘antigas’, mas ainda muito boas. Fazem o melhor possível todas as vezes. Formiga está em forma, assim como Marta. E Cristiane tem um grande coração. Elas têm essa paixão. É por isso que elas se identificam há tantos anos”.



Pia ainda afirma que se o Brasil for escolhido como país-sede da Copa do Mundo Feminina 2023, seria fantástico. “Deveria acontecer. A América do Sul possui tantas equipes boas, especialmente no lado masculino. Seria incrível”, finaliza.