Por que o Athletico-PR é favorito contra o Flamengo na final da Copa Libertadores?

Furacão lutou demais contra os prognósticos para acreditar no favoritismo baseado em números
Furacão lutou demais contra os prognósticos para acreditar no favoritismo baseado em números / Heuler Andrey/GettyImages
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Na América do Sul, especialmente no Brasil, a expectativa é evidente: final da Libertadores. Pensamos na Copa do Mundo depois. Neste sábado (29), Flamengo e Athletico Paranaense se encontram em Guayaquil, no Equador. Do embate entre rubro-negros sairá um vencedor inédito ou um tricampeão continental.

Estaríamos mentindo se falássemos que os prognósticos estão do lado de Luiz Felipe Scolari. Pablo, com três gols em nove partidas, é o artilheiro do Furacão na competição sul-americana. A marca não é ruim, claro. Longe disso. Por outro lado, Pedro, a referência ofensiva dos cariocas, encontrou o caminho das redes oito vezes em 10 oportunidades. Há um pungente desequilíbrio.

Não por acaso, o Flamengo é dono do segundo melhor ataque da Libertadores, perdendo apenas para o Palmeiras: são 32 gols anotados pelo Mais Querido. Em sexto, aparece o Furacão, com 15. Ao longo do campeonato, os cariocas sofreram oito tentos, contra 11 dos paranaenses. Não restam dúvidas: em termos estatísticos, a vantagem é evidente e não está do lado do Athletico.

Essa é a má notícia. A boa é que o futebol não é - e nunca será - uma ciência exata. Se os prognósticos tivessem sido respeitados, os paranaenses sequer teriam chegado ao duelo derradeiro. Na fase de grupos, três mudanças na área técnica: Valentim, Carille e, por fim, Felipão. Nem o mais otimista dos torcedores acreditaria que, naquela época, o time seria finalista.

Nas oitavas, um gol de Rômulo no apagar das luzes do segundo confronto garantiu a classificação dos brasileiros contra o Libertad, em Assunção. Nas quartas, não teria como: era o fim da linha para o Furacão. Vencer o Estudiantes seria pedir demais, não seria? Vitor Roque provou que não. Scolari estava novamente na semifinal.

Rômulo, atacante do Athletico-PR
Rômulo anotou contra o Libertad / Christian Alvarenga/GettyImages

Na semifinal, o adversário era o atual bicampeão consecutivo. Com cabeça fria e coração quente - ou seria o contrário? -, o Palmeiras parecia prestes a reverter a derrota na ida. Mas, do banco de reservas, vieram Pablo e Terans para mudar o rumo da história. Se caísse ali, o Athletico cairia de pé. Mas os planos do futebol eram outros.

Por mais piegas que pareça, o Athletico Paranaense de fato se posicionou contra tudo e contra todos. Por vezes até contra seus próprios limites. E isso não é traduzido em estatística nenhuma. Quando o árbitro apitar o início da decisão, os números de Pedro não entrarão em campo. Nem mesmo os dois títulos anteriores. Mas a confiança sim.