Por que o Athletico-PR é favorito contra o Flamengo na final da Copa Libertadores?
Por Lucas Humberto
Na América do Sul, especialmente no Brasil, a expectativa é evidente: final da Libertadores. Pensamos na Copa do Mundo depois. Neste sábado (29), Flamengo e Athletico Paranaense se encontram em Guayaquil, no Equador. Do embate entre rubro-negros sairá um vencedor inédito ou um tricampeão continental.
Estaríamos mentindo se falássemos que os prognósticos estão do lado de Luiz Felipe Scolari. Pablo, com três gols em nove partidas, é o artilheiro do Furacão na competição sul-americana. A marca não é ruim, claro. Longe disso. Por outro lado, Pedro, a referência ofensiva dos cariocas, encontrou o caminho das redes oito vezes em 10 oportunidades. Há um pungente desequilíbrio.
Não por acaso, o Flamengo é dono do segundo melhor ataque da Libertadores, perdendo apenas para o Palmeiras: são 32 gols anotados pelo Mais Querido. Em sexto, aparece o Furacão, com 15. Ao longo do campeonato, os cariocas sofreram oito tentos, contra 11 dos paranaenses. Não restam dúvidas: em termos estatísticos, a vantagem é evidente e não está do lado do Athletico.
Essa é a má notícia. A boa é que o futebol não é - e nunca será - uma ciência exata. Se os prognósticos tivessem sido respeitados, os paranaenses sequer teriam chegado ao duelo derradeiro. Na fase de grupos, três mudanças na área técnica: Valentim, Carille e, por fim, Felipão. Nem o mais otimista dos torcedores acreditaria que, naquela época, o time seria finalista.
Nas oitavas, um gol de Rômulo no apagar das luzes do segundo confronto garantiu a classificação dos brasileiros contra o Libertad, em Assunção. Nas quartas, não teria como: era o fim da linha para o Furacão. Vencer o Estudiantes seria pedir demais, não seria? Vitor Roque provou que não. Scolari estava novamente na semifinal.
Na semifinal, o adversário era o atual bicampeão consecutivo. Com cabeça fria e coração quente - ou seria o contrário? -, o Palmeiras parecia prestes a reverter a derrota na ida. Mas, do banco de reservas, vieram Pablo e Terans para mudar o rumo da história. Se caísse ali, o Athletico cairia de pé. Mas os planos do futebol eram outros.
Por mais piegas que pareça, o Athletico Paranaense de fato se posicionou contra tudo e contra todos. Por vezes até contra seus próprios limites. E isso não é traduzido em estatística nenhuma. Quando o árbitro apitar o início da decisão, os números de Pedro não entrarão em campo. Nem mesmo os dois títulos anteriores. Mas a confiança sim.