Por que o Corinthians se irritou com o governador João Doria?
Os clubes de futebol da capital paulista (Corinthians, São Paulo e Palmeiras) têm articulado juntos o retorno às atividades do futebol. O governador João Doria havia deixado a decisão a cargo das prefeituras, já que os municípios do estado encontram-se em estágios diferentes dentro da proposta de reabertura proposto pelo próprio Doria.
Na última semana, os presidentes das equipes se reuniram com o prefeito Bruno Covas, e entregaram um protocolo para o retorno dos treinamentos. Covas decidiu aguardar o aval da vigilância sanitária, e os clubes nutriram a expectativa de receberem a autorização ainda nesta semana, antes da sexta-feira, 19.
Porém, na última quarta, 17, o governador tomou novamente para si a decisão e anunciou que os clubes só poderão retornar aos treinamentos a partir do primeiro dia de julho. O pronunciamento irritou Andrés Sanchez, presidente do Corinthians.
"Não sei que área médica ou científica o governador está seguindo. Libera shopping e comércio onde ninguém é testado e não libera o treino para o futebol com CT fechado, para 40 pessoas testadas e com protocolo rígido. Precisa explicar por qual meio ele está se guiando. É para ficarmos preocupados com suas orientações."
- citou Andrés em pronunciamento.
O comentarista e ex-jogador, Caio Ribeiro, utilizou-se do mesmo argumento ao comentar o assunto na Rede Globo: a suposta falta de critério de liberar o comércio, mas ainda não autorizar o retorno dos treinos.
"Se o comércio está reabrindo, se os shoppings estão reabrindo, por que o futebol não pode voltar? Eu acho que está na hora de voltar, e não acho que o futebol seja um mundo a parte não. É sempre bom a gente colocar: uma coisa é campeonato e outra é o treinamento. Se os médicos responsáveis criaram um protocolo de saúde onde todos os jogadores serão testados regularmente, eu acho que está na hora de voltar."
- disse Caio Ribeiro.
A Federação Paulista de Futebol também se pronunciou dizendo que a decisão do governador "lhe causou estranheza".
A principal preocupação dos clubes, além da perda financeira, é com as condições dos atletas. Parados desde o dia 16 de março, os jogadores profissionais têm treinado em casa, porém, as atividades não substituem o trabalho no CT da equipe.
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